OS EVENTOS DA OLARIA KEUFFER: O HUMANOIDE DE LUIZ PEREIRA RODRIGUES E A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO DO CAP UYRANGÊ HOLLANDA

I – INTRODUÇÃO

Sem dúvidas, os eventos de 1977 e 1978 que apavoraram as populações ribeirinhas de diversas localidades, especialmente nos estados do Maranhão e Pará e que culminaram com a realização da famosa Operação Prato pela Aeronáutica, deixaram um histórico de muitos relatos e avistamentos estranhos e inexplicáveis até hoje. Sejam aqueles descritos nos relatórios militares conhecidos, nos jornais da época ou através da entrevista histórica do então Cel Uyrangê Hollanda em 1997.

Entretanto, entendemos que entre todos os eventos narrados de que temos conhecimento, os dois mais extraordinários possuem um palco em comum: A Olaria Keuffer.

A Olaria Keuffer ficou nacional e internacionalmente conhecida quando o Cel Hollanda narrou em sua histórica entrevista aos ufólogos A. J. Gevaerd e Marco Antônio Petit, a ocorrência destes dois eventos fantásticos que tiveram a olaria como referência.

No primeiro, ele descreve o episódio vivido por Luiz Pereira Rodrigues, um rapaz que trabalhava coletando barro para a Olaria Keuffer às margens do rio Guajará, e que teria sido perseguido por um objeto luminoso e por um ser em formato humanoide que teria saído deste objeto.

No segundo evento, Cel Hollanda narra em sua entrevista, que ao tomar conhecimento da fantástica história vivida por Luiz, ordenou para que o mesmo fosse levado até ele e pediu para que fosse guiado até o local para uma investigação. Em vigília junto à equipe militar, Cel Hollanda narrou avistamentos extraordinários que culminaram com a observação de um objeto na forma de uma bola de futebol americano com cerca de 100 m em seu eixo maior na margem oposta de onde estavam no rio Guajará.

A equipe do site www.operacaoprato.com conseguiu, de forma inédita, localizar a testemunha Luiz Pereira Rodrigues, seu irmão Domingos Pereira Rodrigues, além da viúva do companheiro de trabalho de Luiz na época, Marcolino Farias Miranda, já falecido, que também teria participado dos inusitados acontecimentos. A equipe conseguiu também encontrar a antiga Olaria Keuffer e o local onde o Cel Hollanda teria avistado o objeto em forma de bola de futebol americano.

II- A OLARIA KEUFFER

O pesquisador Raphael examina as ruínas dos fornos da Olaria Keuffer

Conforme abordamos anteriormente, a olaria tornou-se conhecida após a narrativa do Cel Hollanda em 1997 que a colocou como referência geográfica para os dois eventos que são caracterizados pelos relatos mais extraordinários de que temos conhecimento relacionados ao período da Operação Prato. A Olaria Keuffer estava localizada na Estrada do Guajará, núcleo Icuí-Guajará, em Ananindeua/PA. Conforme a entrevista do Cel Hollanda, ela pertencia a Paulo Keuffer, já falecido. Ainda de acordo com a entrevista, Paulo Keuffer também seria o proprietário da Foto Keuffer, ainda em funcionamento no Pará.

Região de localização da Olaria Keuffer – Google Maps

Em contato com pessoas do local, obtivemos informações de que em 1992, a Olaria Keuffer entrou em processo de falência, encerrando suas atividades. Embora no terreno ainda encontremos hoje os restos da sua construção, conforme podemos observar nas fotos anexas a esta matéria, atualmente encontra-se instalada no local a Igreja “Vale do Amanhecer”, tendo o terreno sido adquirido num leilão do banco BASA.

III – A OLARIA KEUFFER E O HUMANOIDE DE LUIZ PEREIRA RODRIGUES NOS RELATÓRIOS MILITARES*

*Conteúdo extraído do livro Corpos Luminosos de Hélio Amado Rodrigues Aniceto. Disponível em https://pt.slideshare.net/helioaniceto7/corpos-luminosos (exceções em itálico)

O caso do humanoide do rio Guajará não está descrito em nenhum relatório de missão ou relatório extra, estando presente detalhadamente no Resumo Sintético Cronológico – RSC e num croqui com a movimentação do objeto inserida na região geográfica do evento. A ocorrência está brevemente condensada no ROV e o croqui anexado. Há uma explicação para tal ausência e vamos a ela.

O último relatório de missão da OP foi do período de 25/11 a 05/12/77. A partir dali temos relatórios extras do agente (Flávio Costa) e o relatório da missão Jeju. Identificamos no capítulo da Linha do Tempo (ver obra citada), a possível existência de dois outros relatórios, os dois para eventos na região dos rios Guajará e Laranjeiras em Ananindeua, nos períodos de 09 a 10/12/77 e 23 a 28/01/78, respectivamente. E é a partir do depoimento de Luiz Pereira Rodrigues sobre o assédio de uma nave e um humanoide enquanto caçava nessa região do rio Guajará em Ananindeua, que os militares descobriram esse importante sítio de observações e passaram a tratá-lo como prioritário nos meses seguintes.

Assumindo a posição acima, deveria haver um relatório de missão com os dados de abordagem da testemunha: dia, hora, local e outros detalhes, mas não só isso, além de conter as próprias observações militares.

Obs.: Importante destacar que na entrevista concedida com exclusividade ao site www.operacaoprato.com pelo Chefe do A2, Cel Camilo Ferraz de Barros, o mesmo confirmou a presença de Luiz no I Comar e que ele mesmo o teria entrevistado.

Pois bem, temos a entrevista de Hollanda em 1997 e nela o coronel fala de Luiz. Diz ter tomado conhecimento do caso dele e que mandou buscá-lo para o depoimento. No dia seguinte se dirigiu à região citada, onde teve a famosa observação da nave com formato de bola de futebol americano de 100 m de comprimento no eixo maior. Como acredito que os registros 63, 65 e 66 do ROV descrevam as observações militares as quais se refere Hollanda quando daquele singular evento, situo o depoimento de Luiz no dia 08/12/77 e coletado na sede do I COMAR. Os fatos relatados ocorreram no dia 02/11/77 entre 19h00min e 21h30min.

A seguir, os relatórios militares relacionados ao evento de Luiz Pereira Rodrigues:

1 – Fonte: Resumo Sintético Cronológico – RSC

RRG770211/33-19:00/21:30P-F24- Corpo Luminoso, deslocando-se abaixo do nível das árvores, difundindo em sua trajetória intensa luminosidade (comparada ao nascer do dia), devido a claridade que o corpo emitia não foi possível ao Relator observar melhor os detalhes estruturais do objeto; forma circular com uma cúpula avermelhada na parte superior (dando impressão de transparência), a distância estimada de 70m calculou suas dimensões em 3.00m de diâmetro por 2.00m de altura (da base ao topo da cúpula). Na parte inferior, abriu-se uma escotilha por onde saiu uma forma (ser) semelhante ao homem de baixa estatura, porém de compleixão forte (atarracado), como se flutuasse, envergava um uniforme inteiriço e colante de cor escura (efeito contra luz), de suas mãos saiu um foco de cor vermelha que incidiu diretamente no Relator, este abandonou o local (mutá) apressadamente, fugindo do local observou a distancia que seu mutá (rede) era examinado com atenção, em seguida, o “humanoide” retornou ao objeto que movimentou-se em sua direção focando a sua procura, vagarosamente e a baixa altura (20m); o Relator após correr entre o mangue, fugindo à perseguição, chegou ao local onde seus companheiros estavam (barco), ao narrar o acontecido o objeto voltou a aparecer com uma coloração diferente: avermelhado em cima e azul esverdeado em baixo, todos abandonaram o local, repetiu-se a saída do “humanoide” e novamente inspecionou o barco, retornou ao objeto que rapidamente desapareceu por trás das árvores (B-2) NB – o relator foi submetido a exames médicos clínicos e psicológicos, não sendo considerado nenhuma anormalidade.

2 – Fonte: Registros de Observações de Ovnis – ROV

Na classificação de exatidão e confiança da fonte, Luiz recebeu dos militares o código B-2 que significava idôneo e provavelmente verdadeiro, talvez pelo fato do depoente submeter-se a exames clínicos e psicológicos.

 

IV – A OLARIA KEUFFER E O HUMANOIDE DE LUIZ PEREIRA RODRIGUES NA ENTREVISTA DO CEL UYRANGÊ HOLLANDA PARA A REVISTA UFO EM 1997

Em 1997, 20 anos após o início da Operação Prato, o então coronel reformado desde 1992 Uyrangê Bolivar Soares de Hollanda Lima resolve contar ao público as experiências vividas por ele e sua equipe durante a execução da missão militar. Para isso, ele telefona, em junho de 1997, para o ufólogo e editor da Revista UFO, Ademar Gevaerd.

Inicialmente, Gevaerd intermediou o encontro do coronel com o jornalista Luiz Petry da Rede Globo e dessa entrevista, foi exibida uma reportagem no programa Fantástico em 20/07/1997, disponível no YouTube (link).

Em agosto de 1997, os ufólogos Ademar José Gevaerd e Marco Antônio Petit, foram até a residência do coronel, um apartamento à beira-mar, na cidade de Cabo Frio, Rio de Janeiro, onde gravaram uma longa entrevista em vídeo (aproximadamente 01h 48min), hoje também disponível no YouTube (link). Deste vídeo, foi extraída a entrevista escrita e que foi publicada pela Revista UFO, dividida nas edições 54 e 55 de outubro e novembro de 1997 respectivamente, ambas após a morte do Cel Uyrangê Hollanda.

Na ocasião, a pedido do ufólogo Marco Petit, foi também gravado um vídeo menor (em torno de 25 min) para um documentário que Petit pretendia produzir. Este vídeo também se encontra disponível no YouTube (link).

Nessa entrevista principal, Cel Hollanda descreve informações diversas sobre a Operação Prato e os complexos eventos investigados a partir dela. O militar forneceu algumas informações pessoais sobre si e sua carreira dentro da FAB, também abordando temas como sua motivação para dar a entrevista e sua relação com a ufologia e a comunidade ufológica.

Em relação à Operação Prato, falou a respeito dos acontecimentos que levaram ao início da operação e sua respectiva participação, o posicionamento dos escalões superiores da Força Aérea perante os acontecimentos e as proporções do envolvimento de outros órgãos governamentais. Explicou sobre os objetivos e organização da missão, além de comentar sobre seu início, execução e final. Informações sobre alguns dos outros componentes da operação também foram fornecidas.

Hollanda descreveu detalhes importantes sobre os registros militares perante o que presenciaram, seja observando diretamente ou junto a testemunhas e vítimas localizadas em meio à população das localidades atingidas pelo fenômeno.

Entre esses registros, encontra-se em destaque o evento relacionado a Luiz Pereira Rodrigues, às margens do rio Guajará, próximo à Olaria Keuffer.

Embora a entrevista publicada nas edições citadas da Revista UFO mantenha a essencialidade do que foi dito por Hollanda, a equipe do site www.operacaoprato.com decidiu, por sua importância para o presente artigo, realizar a transcrição exata das palavras ditas pelo coronel no que se refere aos acontecimentos vividos por Luiz Pereira Rodrigues. A seguir apresentamos essa transcrição:

Entrevista maior – Vídeo com 01h48min57s

Entre 53min13s e 01h01min40s

Petit: Houve alguma expectativa em algum momento, dentro da… da operação, de que esse fenômeno pudesse ser perigoso, em termos objetivos?

Hollanda: Uma vez, sim. Uma vez, é… foi muito “forte” o aparecimento, isso eu tenho que detalhar como foi, mas realmente essa coisa aconteceu e eu tive muito medo de que houvesse uma abdução.

Gevaerd: Como é que foi isso?

Hollanda: Só pra te fazer um parêntese (desvio momentâneo do assunto), e não te interrompendo, e já esteja interrompido (risos), eu depois fui conversando com o Rafael Sempére Durá, o Rafael me deu um tremendo de um “esporro”. Me chamou de maluco, de irresponsável, e disse: “— Você está proibido… você tem comandante, mas eu que sou seu amigo estou lhe proibindo de fazer uma coisa dessas”.

Hollanda: Nós estávamos numa embarcação, ancorada na margem do rio, e a “coisa” parou na frente da gente, a 70 (setenta) metros.

Gevaerd: Como é que era essa “coisa”?

Hollanda: Bom… Pra te responder essa pergunta, eu tenho que te dizer por que é que nós estávamos lá…

Gevaerd: Vamos contar a história completa.

Hollanda: Eu tenho um amigo, que era oficial, [que] é oficial da FAB, na época Capitão, Vito… Vito “Polonês”… Victor Jamianiaski… é um nome difícil à beça, mas fica só com o “Vito” que fica mais fácil… E o Vito gostava muito de pescar, ficava pescando nesse rio, um rio gostoso de pescar. Pois é, e pescando, ele conseguiu, ele soube de um caso… ele sabia que eu estava; toda a Força Aérea sabia que a gente estava nessa investigação. Ele soube de um caso, de um rapaz, que trabalhava como… é… ele apanhava barro pra essa olaria, ele tirava barro lá do rio, pra essa olaria… E ele (Vito) soube de um caso que ocorreu com esse rapaz, e sabia que eu estava investigando, e foi me procurar, me contando sobre o Luiz… Essa olaria, era a Olaria Keuffer, de Paulo Keuffer, dono do “Foto Keuffer” lá em Belém; Keuffer (soletrou esse sobrenome). E ele me falou sobre esse Luiz, e eu mandei buscar o Luiz; mandei um agente lá com o carro apanhar o Luiz, porque eu queria conversar com ele. Ele me contou um fato, incrível. Ele quando tava colhendo barro, ele viu vestígios de que havia [uma] caça (paca) comendo resto de flores de uma árvore que estava em floração, à beira do rio. Ele acompanhou e viu onde era que essa caça comia, era [uma] paca… você conhece paca (grande roedor noturno)?…

Gevaerd: Conheço.

Hollanda: …tinha uma paca comendo nesse lugar. O Luiz [pensou]: “Eu vou voltar pra pegar essa paca, eu vou matar essa caça aí”. Levou o barro da olaria, esvaziou o batelão, [e] era uma embarcação de uns 07 (sete) a 09 (nove) metros, a motor, motor de centro… ele foi, deixou o barro lá, esvaziou a embarcação, passou na casa dele, apanhou a espingarda, e voltou pra lá de dia. Preparou um jirau (estrutura elaborada para que o caçador se coloque acima do nível do solo, ampliando sua condição de visualização do ambiente), onde ele pudesse ficar, numa árvore baixa, armou uma rede, e ficou com a lanterna e a espingarda [por] lá, pra esperar que a caça chegasse [lá] pra ele atirar. Escureceu, e ele tava lá em cima, no jirau, sentado na rede dele lá, esperando ouvir algum barulho, pra começar a se preparar pra atirar na caça. [Então] Passou por cima dele uma luz muito “forte”… a luz passou e logo depois voltou e parou em cima dele. Parou em cima (Luiz), [e] do centro dessa nave que ele descreveu — e [a “nave”] não era de forma discoide não — era uma forma como se fosse a cabine de um Boeing; uma forma elipsoide. Do bojo dessa… do ventre dessa nave, abriu uma porta e desceu um “ser”, com forma humana. Desceu e eu perguntei a ele se é (foi) por escada… escada de corda ou de metal, ou alguma coisa assim (do tipo). E ele (Luiz) disse: “— Não, ele desceu sem; tinha um foco (de luz)… ele desceu com os braços abertos assim, em forma de delta… [e] ele desceu… Quando ele (o “ser”) se aproximou… quando (Luiz) viu aquele “ser” descendo, ele “pulou fora”… Ele pulou dali de onde ele tava e [se] escondeu; próximo. E ficou observando, [e] colocou um galho, um ramo de árvore no rosto, e ficou vendo o que estava acontecendo. Esse ser chegou, [ele] tinha uma luz vermelha na mão, não era uma lanterna que ele segurava, era uma coisa que talvez estivesse por aqui, assim (nesse momento, Hollanda mostrou a palma da sua mão direita e chamou a atenção para a área do carpo)…

Gevaerd: Na palma.

Hollanda: Ele… [com] uma luz vermelha na mão, ele desceu, examinou a rede dele (Luiz), examinou o lugar onde ele estava, e ele (Luiz) tava com um ramo de folhas na frente, olhando escondido [por] lá; morrendo de medo. E esse ser depois não procurou… não ficou… vasculhando, procurando… ele foi direto onde ele (Luiz) estava; ele focou direto onde ele estava. Era uma luz vermelha. Quando ele viu que tinha sido localizado, ele correu. Correu por dentro da vegetação. O rio ali sofre muita influência… sofre muita, não… sofre total influência da maré; ele baixa e sobe de acordo com a maré. Ele (Luiz) saiu por ali, por aquela margem, tropeçando no tronco… em raízes, e com dificuldade em caminhar… E esse “ser” voltou pra nave, e a nave passou a entrar na calha do rio, e [a] perseguir ele a baixa velocidade… na altura das árvores (“nave”), algumas vezes até abaixo da copa das árvores, no cavado do rio, e acompanhando (Luiz), mas bem devagar, e ele estava com dificuldade de andar. Como ele pretendia caçar e voltar, ele não entrou com o barco, porque senão o barco teria encalhado com a baixa da maré. O barco ficou num lugar onde tinha flutuabilidade. E nesse barco tinha um garoto de 09 (nove) anos de idade, na época, e um amigo dele que ficou tomando conta do barco. E ficaram pescando siri; tinha muito siri nesse rio, e ficaram pegando siri. E o cara (amigo do Luiz) tava ouvindo com o radinho o jogo do campeonato brasileiro, esses jogos de futebol que passam a noite, ele tava ouvindo. E ele (Luiz) veio andando, veio correndo, e gritando, e gritava pra chamar a atenção do amigo, porque ele queria entrar no barco e ir embora. E essa coisa [estava] atrás dele, acompanhando-o. Ele (Luiz), quando chegou perto, começou a gritar, desesperado, até que o garoto chamou a atenção do companheiro dele, e o cara largou o futebol, e olhou, e [aí] ele (Luiz) apontou [e disse]: “— Olha ali!”; e o cara (amigo) viu… Todos eles viram, e quando eles viram, pularam pra dentro d’água… eles, ao invés de ajudar o Luiz, pularam pra dentro d’água; “abandonaram o barco”. E o Luiz, como não tinha nem barco, e já não tinha mais companheiro no barco, ele foi e se escondeu. Ficaram os dois dentro d’água, e o Luiz escondido no mato que margeava o rio. Eles… Essa nave parou em cima do batelão, o “ser” desceu, [e] com a mesma luz vermelha, examinou todo o barco, procurou em todos os lugares… olhou, examinou o barco… E ele então vendo isso, aí ele (“ser”) subiu, foi pra nave, fechou (abertura da nave), e a nave disparou e foi embora. Então eu conversei com o Luiz e [decidi] eu vou lá amanhã; amanhã eu quero estar nesse lugar; nesse mesmo lugar onde você esteve, eu vou… e nós fomos pra lá.”

V – A OLARIA KEUFFER E O HUMANOIDE DE LUIZ PEREIRA RODRIGUES NA ENTREVISTA DO CEL CAMILLO FERRAZ DE BARROS PARA O SITE OPERACAOPRATO.COM  EM 2018

Na histórica entrevista do Chefe do A2 à época da realização da Operação Prato, Cel Camillo Ferraz de Barros, concedida de forma inédita à equipe do site www.operacaoprato.com, foram realizadas algumas perguntas relativas ao evento vivido por Luiz Pereira Rodrigues.

OP: O que ocorre é o seguinte: Entre os pesquisadores e interessados pela Operação Prato, esse episódio se destaca. Trata-se de acontecimentos específicos que teriam ocorrido numa olaria localizada nas imediações de Belém, chamada Olaria Keuffer. De acordo com o Coronel Hollanda, conforme ele disse numa reportagem gravada em vídeo que já é de conhecimento público, em 1977, um trabalhador dessa olaria, chamado Luiz, teria lhe contado que viu um “ser” de identidade desconhecida, que teria saído de uma nave que se encontrava parada no ar, de modo que esse “ser” teria descido flutuando dessa nave, alcançando o solo. Esse “ser” teria então iluminado o local onde Luiz se encontrava, com o uso de uma luz que provinha da sua própria “mão”. Nesse momento, Luiz estaria escondido nas proximidades, mas esse “ser” teria direcionado para ele essa mesma luz proveniente da sua “mão”. Luiz então teria fugido, e o “ser” teria voltado para a nave, que teria voltado a persegui-lo pelo alto. Posteriormente, o Hollanda teria então ido até essa olaria junto a uma equipe da Aeronáutica e, já durante sua primeira noite de vigília, o Hollanda e sua equipe teriam visualizado um objeto voador de enormes proporções, que brilhava muito, possuía um comprimento aproximado de 100 metros, e apresentava uma forma elipsóide, que Hollanda comparou a uma bola de futebol americano. Então, Sr. Camillo, o senhor pode nos fornecer informações a respeito desses eventos sucedidos na área dessa olaria?:

Camillo: Quanto a esse rapaz da olaria, dele me lembro muito bem. Ele foi até o I COMAR e eu mesmo o recebi, e eu mesmo colhi o relato dele. Ele chegou lá bastante assustado e suas roupas estavam bastante sujas. Ele me contou que estava no meio do mato, à noite, caçando, quando ele viu uma luz que lhe pareceu muito estranha, iluminando o local. Ele disse que ficou com muito medo e fugiu de lá, correndo.

OP: E como era essa “luz”? E nessa história que ele lhe contou, ele falou algo sobre alguma nave ou algum “ser”, pessoa, ou humanoide?

Camillo: Quando ele estava falando sobre essa “luz”, comentou algo sobre uma “mão”. Mas nem ele mesmo sabia explicar se a luz estava saindo de uma mão ou se a tal mão segurava algo que gerava a “luz”.

OP: E essa tal “mão”, pertencia a quem?

Camillo: Considerando que era mesmo uma mão, ele me disse que não conseguiu visualizar direito a quem ela pertenceria.

VI – PERSONAGENS E ENTREVISTAS

VI.1 – LUIZ PEREIRA RODRIGUES

Luiz Pereira Rodrigues
O pesquisador P. A. Ferreira e Luiz Pereira Rodrigues

Nosso encontro com esse importante personagem da Operação Prato ocorreu no dia 15/11/2017. Infelizmente, Luiz Pereira Rodrigues, com 66 anos (em 2017), encontrava-se seriamente adoentado e impossibilitado de nos conceder uma entrevista. De acordo com um de seus filhos, com quem conversamos na ocasião em sua residência, seus problemas de saúde começaram quando foi vítima de um primeiro AVC há alguns anos. Ainda de acordo com seu filho, o pai nunca havia sido procurado antes por qualquer pesquisador.

VI.2 – DOMINGOS PEREIRA RODRIGUES

Domingos Pereira Rodrigues

Domingos Pereira Rodrigues, 63 anos (em 2018), é irmão de Luiz Pereira Rodrigues. Na época dos acontecimentos, Domingos também era coletor de barro para a Olaria Keuffer. Domingos é citado nominalmente na página 273 do livro “Sequestros Alienígenas” de Mário Nogueira Rangel (Editora UFO) como sendo uma das testemunhas do avistamento do objeto e do ser que teriam perseguido Luiz. Veremos a seguir que, de fato, ele não teria participado diretamente dos extraordinários acontecimentos narrados por seu irmão e o outro companheiro, por estar em local diverso, porém, guarda na memória os detalhes do evento obtidos até mesmo no próprio dia de sua ocorrência, conforme podemos verificar na entrevista exclusiva transcrita e reproduzida a seguir.

Entrevistado: Domingos Pereira Rodrigues (63 anos)

Data: 25/02/2018

Hora: 10h

Local: Residência do entrevistado – Ananindeua/Pará.

OP: Sr. Domingos, poderia nos relatar o ocorrido com seu irmão Luiz em 1977?

Domingos: O Luiz estava esperando a caça depois que ele encheu a canoa — porque ele trabalhava com argila —, aí ele encheu a canoa e foi esperar… Aí nessa espera, a luz apareceu em cima dele, lá… Aí, desceu de lá, e aquela luz [estava] em cima dele e o “cara” vinha descendo na “escada”, e aí ele (Luiz) correu, e a luz [estava] em cima dele, e ele se jogava na lama, porque era muito quente a luz, e ele se jogava lá, e rolando (na lama), e a sorte dele [foi] que ele se jogou na água e se meteu debaixo de uma ribanceira; [foi] depois de muito tempo isso… Não tem aquela samambaia?

OP: Sim.

Domingos: Pois é, ele se meteu na samambaia e foi aí que ele se safou. Aí, tornou de novo, aquela luz de novo já, aí veio de novo, apareceu de novo…  Aí foi que deram… [que] foram na Aeronáutica, né, aí a Aeronáutica veio praí e passou uma semana quase andando [por] aí. Aí, [eles] viram, só que eles não quiseram derrubar porque eles pensaram que podia ser avião. Tinha muito pessoal da Aeronáutica.

OP: Como era na época? O senhor trabalhava na olaria também?

Domingos: Era, [eu] trabalhava lá também.

OP: Qual era a função de vocês [por] lá?

Domingos: Era tirar argila, pra fazer tijolo.

OP: Tanto do senhor, como do senhor Luiz também, e do Sr. Marcolino?

Domingos: Do Marcolino também.

OP: Quem é que estava nesse dia lá?

Domingos: Era ele (Luiz) e o Marcolino. Aí nós estávamos em outro setor já…

OP: O senhor não estava junto?

Domingos: Não ficávamos juntos. Cada um tinha o seu barreiro. Aí quando a maré encheu — porque a gente só saía quando a maré enchia —, [então] quando a maré encheu que ele veio falar o que tinha acontecido.

OP: Como ele narrou o aparecimento dessa luz?

Domingos: Ele tava na espera nesse dia (“espera” significa que estava esperando a maré subir pra que o barco tivesse flutuabilidade suficiente para sair), aí a luz ficou em cima dele — parece que “eles” (se referiu a suposta tripulação que estaria no interior da “luz” que para ele também se tratava de um OVNI) acharam ele (Luiz) lá, né, os “caras” lá do “negócio” lá — acharam ele lá e começaram a “jogar a luz” em cima dele. Aí ele (Luiz) disse que aquela “luz” queimava no corpo dele, e foi aí que ele (Luiz) desceu de lá e começou a correr, no leito do mangue.

OP: Ele viu apenas luz ou ele chegou a ver algo mais?

Domingos: Ele chegou a ver um “cara” descendo por uma escada.

OP: Numa escada?

Domingos: Sim, era tipo uma corda… aí que ele correu mesmo.

OP: Ele viu a luz, mas foi possível enxergar o formato que o objeto tinha?

Domingos: Tipo um disco… um disco voador, né?

OP: Desse objeto abriu alguma porta?

Domingos: Não, ele só viu aquela pessoa descendo na escada, acho que vinha com uma lanterna. A lanterna e aquele foco (de luz).

OP: Como ele descreveu esse “indivíduo” que desceu pela escada?

Domingos: Não sei dizer, ele só sabia que o indivíduo veio numa escada, tipo aquela escada de helicóptero, para querer pegar ele (Luiz), mas não conseguiram não.

OP: O senhor lembra como ele descrevia o indivíduo?

Domingos: Não dava pra ver, era de noite, e você sabe como é…

OP: Como o Sr. Luiz descreveu as ações desse “indivíduo”, depois que ele desceu do objeto?

Domingos: Ele não chegou a descer, porque… eu acho que eles queriam… porque essa luz, eu acho que [ela] “coisava” (afetava) ele, para ver se ele caía pra “eles” pegarem ele, mas ele não chegou a cair não.

OP: O que o Sr. Luiz fez?

Domingos: Ele correu muito dentro do mangue, e se rolava lá, e a luz pegava nele, e ele se rolava na lama praquela luz não queimar ele; era isso que ele falava. Aí ele se jogava na lama e foi assim até chegar na beira do igarapé. Na beira do igarapé ele se jogou dentro d’água e se escondeu debaixo da samambaia, e foi aí que “eles” largaram ele (Luiz) de mão (“largar de mão” significa desistir de algo ou alguém).

OP: Nesse dia alguém estava junto do Luiz?

Domingos: Acho que estavam ele e o Marco (Marcolino Farias); não ficava só uma pessoa no barreiro.

OP: Como o senhor ficou sabendo dessa história?

Domingos: Na mesma noite ele contou.

OP: O Luiz ficou ferido?

Domingos: Não, apenas ralado por ter se jogado no mangue.

OP: Alguém quis retornar ao local?

Domingos: Não, porque todo mundo ficou com medo, porque aquele “negócio” queria pegar ele lá; aí ninguém queria mais ir tirar barro lá.

OP: O senhor lembra a data aproximada de quando isso aconteceu?

Domingos: Não, faz muito tempo, já se passaram 40 anos.

OP: O senhor havia falado sobre a presença da Aeronáutica, como foi essa história?

Domingos: Não sei como foi que eles descobriram, mas eu sei que a Aeronáutica veio; talvez tenham dado parte… A Aeronáutica veio, e passaram uma semana aí, na “boca” do rio, que é um rio que tem aí. Eles chegaram a ver, mas eles não puderam derrubar, porque eles pensaram que podia ser um avião, mas eles tinham material pra derrubar.

OP: O senhor chegou a ver os militares da Aeronáutica?

Domingos: Cheguei, eles vieram aqui, eles traziam aquele negócio de um foguinho para fazer a merenda deles; era a álcool. Traziam tudo pronto para passar a noite; eles passavam a noite por aí.

OP: O senhor lembra quantos militares vieram?

Domingos: Vieram vários, a canoa ficou cheia. Eles trouxeram armamento para ver se pegavam mesmo (os OVNIs).

OP: O senhor se lembra das armas?

Domingos: Trouxeram uma arma que parecia um “canhãozinho”; era uma arma pesada. A canoa que ele usava era grandona, falo da canoa que eles usavam pra tirar argila.

OP: Então, eles usaram a própria canoa da olaria?

Domingos: Sim, foi essa canoa; ela era grande.

OP: O Sr. Luiz chegou a ir ao COMAR realizar exames?

Domingos: Sim, chegou a ir, foram fazer exames para saber o que dava, mas eu não lembro os detalhes.

OP: O senhor se lembra de quanto tempo depois do avistamento do Sr. Luiz, os militares vieram ao local?

Domingos: Eles vieram logo, na outra semana eles vieram, passaram uma semana mais ou menos na boca do rio.

OP: E após esses acontecimentos, houve algum outro acontecimento desse tipo?

Domingos: Depois não aconteceu mais. [Se] Via a luz, de vez em quando aparecia uma luz aí, mas ninguém sabia o que era.

OP: Alguém estava junto com os militares para observar?

Domingos: O Luiz estava com eles, não sei se o Marco tava também.

OP: O Luiz mencionou se algo foi visto enquanto os militares estavam por aqui?

Domingos: Eles chegaram a ver essa luz lá.

OP: Somente a luz?

Domingos: Só a luz. O Luiz me falou que ele viu uma luz, que era tipo um disco. Sabe aquilo que passa nos filmes na televisão, era igualzinho aquilo; era o que ele falava.

OP:  Então, o senhor não estava no barco com o Sr. Luiz no dia do acontecimento?

Domingos: Eu não estava; eu estava longe, num outro barreiro.

OP: Então, quer dizer que o Sr. Luiz viu o “indivíduo” descendo, mas ele desceu por…

Domingos: Uma escada. Uma escada ou, algo tipo um… aquilo do helicóptero, tipo um “puçá” (rede de pesca, em forma de cone curto, presa a um aro circular, que é guiada por um cabo rígido ou corda), ou algo assim. Porque tem um puçá no helicóptero, um puçá com uma corda…. Pois é, foi assim que ele viu, o cara vindo descendo. Então ele (Luiz) correu muito dentro do mangue. Você sabe como é, porque o cara fica com medo e não espera não.

OP: Então, quando isso aconteceu o Sr. Luiz estava coletando barro?

Domingos: Sim. Ele já tinha enchido a canoa de barro nessa hora… Então, é isso… Nessa hora que ele tava em cima do mutá esperando a caça, o “negócio” apareceu lá.

VI.3 – MARCOLINO FARIAS MIRANDA

Marcolino Farias Miranda (na época)
Marcolino Farias Miranda

Em alguns textos na internet ou mesmo em livros e revistas que citam o caso, encontramos o nome de “Marcos Sebastião” como sendo o companheiro de Luiz Pereira Rodrigues que também teria participado desse estranho e extraordinário evento. Entretanto, após nosso encontro com Luiz, fomos levados até a casa que pertenceria a esse amigo que naquela ocasião trabalhava junto com ele coletando barro para a Olaria Keuffer. Chegando ao local, fomos recepcionados pela Sra. Maria Lúcia. Após anunciarmos o motivo da nossa visita, descobrimos que o nome real da pessoa que procurávamos era “Marcolino Farias Miranda”. Infelizmente, Marcolino faleceu em 2015, vítima de um câncer de tireoide aos 66 anos e, a Sra. Maria Lúcia era a sua viúva; no local também se fazia presente um de seus filhos.

VI.4 – MARIA LÚCIA (VIÚVA DE MARCOLINO)

D. Maria Lúcia (viúva de Marcolino)

Dona Maria Lúcia, viúva de Marcolino, foi testemunha das histórias contadas por seu marido. Ela também manteve contato com os militares que procuraram os dois amigos após terem vivenciado os estranhos acontecimentos e que os levaram para a sede do I Comar, onde foram entrevistados e submetidos a exames médicos e psiquiátricos. Dona Maria Lúcia ainda mantém vivas na memória essas histórias e nos concedeu uma entrevista exclusiva onde relatou o que seu marido lhe contou e suas próprias lembranças do encontro com os militares que os visitaram. Segue a entrevista transcrita e reproduzida a seguir:

ENTREVISTADA: D. MARIA LÚCIA

DATA/HORA: 30/11/2017; 11H20MIN (HORÁRIO DE VERÃO DE BRASÍLIA)

LOCAL: RESIDÊNCIA DA ENTREVISTADA – MUNICÍPIO DE ANANINDEUA/PA

OP: Sra. Maria Lúcia, solicitamos essa entrevista para que a senhora ajude na compreensão do fenômeno que ocorreu aqui nessa região no final da década de 1970, chamado de “Chupa-chupa”. Pelo que identificamos, o seu falecido marido teria testemunhado alguns acontecimentos importantes; gostaríamos que a senhora nos ajudasse a esclarecer esses fatos, pois o tempo passou e ninguém jamais registrou essa história que foi ficando para trás.

MARIA LÚCIA: Nunca ninguém deu a menor importância a isso. Foi uma coisa que já aconteceu, e na época não foi dada a menor importância.

OP: E o que a senhora tem a nos dizer sobre esses acontecimentos?

MARIA LÚCIA: O Marco (Marcolino), meu falecido marido, e um amigo dele que se chama Luiz, trabalhavam na olaria e costumavam ir colher o barro. Quando a maré estava cheia, eles deixavam o batelão (embarcação, movida a remo ou rebocada, utilizada para o transporte de carga) por lá; quando a maré baixava, eles enchiam. Às vezes eles ficavam por lá, e às vezes vinham pra casa, e esperavam a maré de novo pra irem lá buscar; era assim que faziam… E nesse dia sobre o qual vou te falar, eles não ficaram por lá, porque nesse dia o Marco veio pra casa comer porque tava com fome e, o Luiz, havia pegado a espingarda dele e levado ela, dizendo que ia caçar. Então, o Marco veio embora, se afastou de lá, e foi por isso que o “bicho” não pegou ele lá; porque ele tava afastado de lá. Então, o Luiz tava esperando a caça num mutá (estrutura montada pelos caçadores no tronco das árvores, para espera da caça) que ele fez na árvore, quando ele viu uma claridade se aproximando. Quando ele viu essa claridade, ele “se jogou”.

OP: Se jogou pra fora do mutá?

MARIA LÚCIA: Sim. Ele viu o “aparelho” lá onde estavam as canoas… aí ele se jogou e correu pra dentro do mangue; ele correu um pedaço grande procurando por socorro. Quando ele encontrou o Marco lá na boca do igarapé, o Luiz contou pra ele o que aconteceu. O Marco então pegou a canoa e falou pro Luiz levar ele até esse “aparelho”. O Luiz não queria voltar, mas o Marco insistiu, e eles foram pra lá; o Luiz voltou pra lá junto com o Marco. Eles foram pra lá remando numa canoa; estavam remando bem devagar. Quando chegaram lá, ficaram olhando, de longe. O Marco me falou então que viu esse “homem” lá. Eles ficaram lá observando durante um bom tempo; não ficaram durante a noite toda, mas ficaram um bom tempo por lá. O Marco e o Luiz ficaram esperando “eles” descerem, mas “eles” não desceram. O “aparelho” ficou em cima, em cima do motor do rebocador (embarcação). Eles estavam olhando de longe, vendo aquele “um” focando lá dentro.

OP: Quem ou o que estava “focando lá dentro”?

MARIA LÚCIA: [Ele] Tinha a estatura de um homem e usava uma capa grande. Estava focando dentro do motor; focando ao redor. O Marco e o Luiz viram “ele”.

OP: Qual a descrição que ele fez sobre esse “ser”?

MARIA LÚCIA: Ele disse que era um “homem” que estava “dentro” de uma capa grande e usava um capacete, mas que não dava pra ver quem era. Ele era igual a um “astronauta”, foi o que ele me disse; igual a um astronauta. Usava uma capa grande, e não dava pra ver nada, mas ele viu que esse “homem” estava focando tudo ao redor. E ele disse: “— Olha, tem ‘um’ [que ficou] pra trás.”. O Marco falou que ele tinha a altura de uma pessoa… Falou que era um homem, que tinha a altura de um homem, a altura de um homem normal.

OP: Então, o Sr. Marcolino achou que esse “ser” que estava com um capacete era um “homem”?

MARIA LÚCIA: Ele disse que achava que era “gente”, que era um “ser humano”. O Marco achou isso porque viu ele andando, e tinha botas.

OP: O Sr. Marcolino explicou melhor sobre o que esse “ser” que estava com capacete e capa estava fazendo?

MARIA LÚCIA: O Marco disse que ele estava lá “focando” com uma “lanterna” na mão. Ele viu o “homem” lá, em pé, andando dentro do batelão, enquanto focava aquela luz.

OP: A senhora disse que ele usava uma “lanterna”, correto?

MARIA LÚCIA: Isso, era igual a uma lanterna.

OP: Ele chegou a falar pra senhora mais claramente se era exatamente uma lanterna o que esse “ser” estava segurando?

MARIA LÚCIA: Ele disse que era um objeto igual a uma lanterna. Ele me falou que viu isso, um objeto igual a uma lanterna. Então, não sei se era uma lanterna, mas ele estava iluminando o batelão com esse objeto.

OP: Ele chegou a mencionar se esse ser que estava iluminando o batelão com algo semelhante a uma lanterna, flutuou em algum momento?

MARIA LÚCIA: Ele apenas viu ele dentro do batelão, mas quem viu mais foi o Luiz. Já faz muito tempo e é difícil lembrar de tudo, mas ele viu, ele viu quando passou e desceu pra lá.

OP: Como ele descreveu esse “aparelho” que ficou em cima do motor do rebocador, enquanto o tal “ser” estava embaixo, no próprio rebocador?

MARIA LÚCIA: O que ele disse é que aquela nave se parecia com um paraquedas, que ela tinha um formato que lembrava um paraquedas aberto.

OP: Ele chegou a mencionar o tamanho desse objeto, ou alguma outra coisa?

MARIA LÚCIA: Ele disse que o tamanho dele era grande; só não disse a espessura (sic). O “aparelho” ficou em cima do rebocador, “engatado” na árvore. Ele “engatou” na árvore, entendeu? O “aparelho” não desceu diretamente, ele ficou por cima do rebocador. O Marco disse que ele sentiu medo… Aí, eles foram embora; voltaram remando e ligaram para o patrão deles que era o “Paulão”, o Paulo Keuffer. Depois, eles foram direto pra Aeronáutica, mas não sei como isso aconteceu porque naquela época não tinha nem delegacia por aqui.

OP: Como foi essa ida dele até a Aeronáutica?

MARIA LÚCIA: O Capitão Joaquim era de lá… O Marco me disse que eles foram entrevistados lá; teve até psicólogo pra ver se eles estavam perturbados, pra ver se foi alguma visão o que eles tiveram. Sabe, eles ficaram com medo… Então, depois que eles foram pra lá, o Capitão Joaquim veio pra cá com mais dois homens. Aí foram pra lá o Capitão Joaquim, esses dois homens que vieram com ele, o Paulão, o Luiz e o Marco. Eles foram com a equipe no rebocador da olaria. Então, lá na descida do rio, no igarapé, onde tinha um descampado (área plana, sem árvores e despovoada) grande, onde eles estavam tirando barro, tem uma curva de areia no meio do rio e tem também uma ilha… Então, foi por lá que eles viram o “aparelho” se movendo. O Capitão Joaquim ainda pegou o “radar” e tirou uma fotografia do “aparelho” que ia passando. O “aparelho” ia pra lá onde eles estavam e ficava rondando por lá. Naquele dia eles “bateram o radar” e tiraram fotografia. Na hora de bater a fotografia o “aparelho” estava se movimentando, indo e voltando, até que sumiu e eles não o viram mais. Aí, depois desse dia, eles não viram mais; foi só naquele dia. O Capitão Joaquim ainda chegou a filmar, e é por isso que a Aeronáutica tinha o retrato do “Chupa-chupa”.

OP: Ele descreveu essa segunda nave pra senhora?

MARIA LÚCIA: Eles só viram ela passar por cima.

OP: E era a mesma nave, a mesma nave que eles viram na primeira ocasião?

MARIA LÚCIA: Era a mesma nave.

OP: E dessa vez eles falaram algo sobre ela, além de que se parecia com um paraquedas?

MARIA LÚCIA: Só falaram isso, que se parecia com um paraquedas.

OP: Não comentaram nem mesmo sobre o tamanho dela?

MARIA LÚCIA: O que sei é que quando o “aparelho” apareceu nessa hora, eles “jogaram o radar”. O Capitão Joaquim falou pra que eles não falassem sobre aquilo com ninguém.

OP: A senhora tem ideia de qual é a forma de uma bola de futebol americano?

MARIA LÚCIA: Olha, ele também falou que o “aparelho” era parecido com outra coisa…

OP: Também se parecia com o que?

MARIA LÚCIA: Eu já fui operada num hospital… E tem aquelas luzes grandes que ficam em cima da gente quando somos operados…

OP: A senhora está se referindo a um foco cirúrgico, que é aquela luminária que fica em cima da mesa cirúrgica onde o paciente fica deitado, e clareia o local da cirurgia?

MARIA LÚCIA: Isso mesmo; ele falou que se parece com essa luminária que fica em cima da gente na sala de cirurgia. Aquela luz que fica em cima da gente quando somos operados. Redonda, e com as lâmpadas dentro; a luminária.

OP: Então, esse teria sido o objeto que ele viu, no dia em que estava com os militares…

MARIA LÚCIA: Sim, o mesmo objeto. O mesmo objeto que colocou o colega dele (Luiz) pra correr de lá na primeira vez.

OP: E como era esse Capitão Joaquim que a senhora mencionou? A senhora saberia descrevê-lo?

MARIA LÚCIA: Era baixo… forte…

OP: A senhora o viu pessoalmente ou o Sr. Marcolino o descreveu pra senhora?

MARIA LÚCIA: Eu o vi uma vez; depois disso, não o vi mais.

OP: Nem na televisão?

MARIA LÚCIA: Nem na televisão o vi mais. A gente não tinha energia por aqui.

OP: Ele se apresentou como Capitão Joaquim?

MARIA LÚCIA: Sim, Capitão Joaquim.

OP: A senhora se lembra da cor da pele e da idade aproximada dele?

MARIA LÚCIA: Ele era moreno… naquela época ele devia ter uns 40 ou 45 anos.

OP: E ele (Sr. Marcolino) chegou a ir alguma vez na casa desse Capitão Joaquim?

MARIA LÚCIA: Não, não chegou a ir. Isso era na Aeronáutica… Eles almoçaram lá e passaram o dia por lá.

OP: A senhora se lembra do nome dos outros dois militares que acompanharam o Capitão Joaquim, ou de algum outro detalhe referente a eles?

MARIA LÚCIA: Só me lembro que tinham estatura média; não consigo lembrar os nomes deles. Mas eles falavam pouco, o Capitão Joaquim era quem conversava mais.

OP: Até quando o Sr. Marcolino trabalhou na olaria?

MARIA LÚCIA: Até quando ela parou de funcionar.

OP: Em que ano foi isso?

MARIA LÚCIA: A olaria foi vendida, não me lembro da época ao certo. O Marco saiu de lá quando ela passou pra mão do outro dono.

OP: A senhora sabe quem era o vigia da olaria?

MARIA LÚCIA: O vigia da olaria já morreu; era o finado “Pedrão”.

OP: Quando eles trabalhavam na olaria tinha algum garoto, algum menino que acompanhava eles?

MARIA LÚCIA: Não, era um serviço muito ruim de se fazer. Eles não levavam criança pra esse serviço.

OP: É que surgiu um comentário, de que na época que isso aconteceu (1977), havia uma criança junto com eles.

MARIA LÚCIA: Não tinha; não tinha nenhuma criança. E eles andavam com os filhos de dia; durante a noite eles não levavam as crianças pro barreiro.

OP: E antes desses dois eventos, a senhora ou o Sr. Marcolino já haviam visto alguma coisa na região? Alguma luz?

MARIA LÚCIA: Nunca ninguém tinha visto qualquer coisa, mas nesse dia, foi uma coisa impressionante. O pessoal disse que viu a coisa passar por eles; quem estava no rio, viu. Pro lado de cá, acho que ninguém viu. Acho que veio de lá e não passou por aqui; passou é lá onde eles estavam.

OP: E o Sr. Luiz, hoje em dia ele está impossibilitado de falar, correto?

MARIA LÚCIA: O Sr. Luiz não tem mais condições de explicar as coisas; ele não se lembra mais das coisas. O Luiz, se ele ainda pudesse falar, falar alguma coisa, ele ia dizer, porque foram eles que viram mesmo. Eu conto o que o Marco me contou.

OP: E quanto ao Sr. Marcolino, ele é falecido há quanto tempo?

MARIA LÚCIA: Fizeram dois anos hoje.

OP: Exatamente hoje?

MARIA LÚCIA: Sim.

OP: Qual idade ele tinha?

MARIA LÚCIA: Sessenta e seis anos.

OP: Ele teve um problema de saúde também, não foi?

MARIA LÚCIA: Foi sim. Ele bebia muito; aí deu câncer de tireoide.

OP: Eles comentavam muito sobre esse assunto? Gostavam de falar sobre isso?

MARIA LÚCIA: Não comentavam. Não comentavam com ninguém; foi uma recomendação do Dr. Joaquim, do Capitão Joaquim, de que não era pra comentar com ninguém. Sobre esse assunto, ninguém sabe mais de nada; nem os filhos nem ninguém. Depois que essas coisas aconteceram, o Capitão Joaquim disse que eles (“aparelho”) não viriam mais mexer com a gente. O Marco e o Luiz passaram muito tempo afastados do barreiro por causa disso, mas depois eles voltaram a trabalhar, e nunca mais aquilo voltou, ninguém ligou mais pra isso, e essa história acabou.

OP: E os militares vieram alguma outra vez depois disso?

MARIA LÚCIA: Não.

OP: Como o Sr. Marcolino e o Sr. Luiz reagiram a esses acontecimentos?

MARIA LÚCIA: Eles ficaram assustados só no começo, porque não sabiam o que era. Mas depois que falou na televisão que havia aparecido lá em Vigia ou numa área do Marajó, não sei qual desses dois lugares, mas depois que a TV mostrou que eles estavam “descendo” nas casas e tirando o sangue das pessoas, e eram as mesmas “pessoas” do aparelho, o mesmo aparelho, que era o tal do “Chupa-chupa”, então, depois disso, eles já sabiam o que era.

VII – A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO NA ENTREVISTA DO CEL UYRANGÊ HOLLANDA PARA A REVISTA UFO EM 1997

Cel. Uyrangê Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima

Conforme já abordado anteriormente, em julho de 1997, o Cel Uyrangê Hollanda decidiu contar ao mundo as experiências vividas por ele e sua equipe durante a Operação Prato. Para cumprir seu intento, procurou o ufólogo Ademar Gevaerd.

Em agosto de 1997, Gevaerd e o também ufólogo Marco Petit se dirigiram até a residência do Cel Hollanda no Rio de Janeiro, onde foram gravadas duas entrevistas em vídeo hoje disponíveis. A equipe do site www.operacaoprato.com decidiu, por sua importância para o presente artigo, realizar a transcrição exata das palavras ditas pelo coronel no que se refere aos acontecimentos vividos por ele no evento da observação de uma nave de 100 m no formato de uma bola de futebol americano. A seguir apresentamos essa transcrição:

Entrevista maior – Vídeo com 01h48min57s

01h01min44s

Hollanda: Conversamos com o Paulo Keuffer, que é o dono da olaria, e ele autorizou, e nós fomos pra lá. Quando nós chegamos, eram umas 07 (sete) horas da noite, mais ou menos, e estava chovendo… uma chuva… não era temporal, era uma chuva razoável. Os agentes foram pra dentro de uma casa, que era a casa do… zelador… do caseiro dessa olaria, o vigia… [então] foram lá tomar café, comer uma “bolachinha”; um “troço” lá qualquer… e eu não ia me preocupar com café, com essas coisas… eu era o chefe da equipe… eu não podia estar me preocupando com café nem bate-papo… eu tava lá olhando… fiquei olhando pro [céu]… pra ver se via alguma coisa, ou se alguma coisa acontecia… e realmente, quando eu tava do lado de fora, veio um… eu não vi uma forma, era uma coisa escura… não deu pra identificar a forma, se era discoide, se era elipsoide… não dava… tava chovendo… você via luz… uma luz verde, forte, e uma luz vermelha. Esse… “troço” fazia um barulho… de um… um barulho de ar-condicionado, mas bem mais forte… parecia que fosse uma… (imitou o som) …aquele barulho de… turbina. Não era barulho de jato, era um barulho de uma coisa girando, uma coisa, talvez… você (Gevaerd)… dá pra entender?…

Gevaerd: Dá (sim).

Hollanda: …[uma coisa] diferente. Não era barulho de jato, era uma coisa como… como um liquidificador, vamos supor. Era mais forte do que [um] ar-condicionado (o som). Esse “troço” passou em cima de onde nós estávamos; em cima de onde eu estava. [Eu] Estava na porta da casa, e tava chovendo; e eu tava olhando. Ele passou, livrou a árvore, e saiu… Mas tava muito baixo! Ora, avião não faria isso nunca… O piloto que fizesse aquilo lá podia até ter morto ali com… é perigoso demais com o dia claro, imagina [então] com chuva, e de noite. E “ele” fazia isso com segurança… e aí passou, e foi embora. Os caras vieram e [falaram]… “— Capitão, quer tomar um cafezinho?”; [Respondi] “— Pô, acabei de ver um ‘treco’ aqui agora, e me pareceu muito estranho”. Aí “falou”: “— Ihhhh, então tá OK, vamos tomar um café e vamos embora”. Entramos no barco, aí fomos pra esse lugar, onde o Luiz tinha estado. Paramos o barco, desci, [e] fui andando, fui até a árvore onde ele tinha feito o jirau. Aí ficamos ali embaixo… Então nós fomos lá pra esse lugar. Como a maré estava enchendo, a gente tava com a água cada vez mais… crítica, né… E a gente chegou na posição que já tava numa situação em que já tava com… nada tinha acontecido. A gente já tava com a máquina fotográfica, tudo… com a mão suspensa. “Já… daqui a pouco, daqui a pouco eu vou ter que subir numa árvore dessas…” (provavelmente quis descrever um pensamento), [porque senão], mergulhava com equipamento e com tudo. A maré foi enchendo e nós estávamos…

Gevaerd: Foi assim, rápido?

Hollanda: É.

Hollanda: Umas dez horas (22H) mais ou menos, [foi] quando nós decidimos ir embora. “— Vamos embora!”. Aí pegamos uma canoazinha que tava conosco, e fomos lá até o barco, que estava parado na outra margem. Salvamos o equipamento, e a gente não morreu afogado (risos). Deixamos o equipamento no barco, e ficamos lá. Aí eu disse: “— Agora eu… vou ficar mais um pedacinho”. “— Mas capitão, o senhor não vai voltar?” (perguntou um dos seus subordinados). “— Não, vou ficar mais um pedaço.”. Umas onze horas (23H), nós estávamos conversando, distraindo, fumando um cigarro, e tal… e lá no fim, o rio afunilava. O rio… nós estávamos numa posição na margem esquerda do rio, direita do rio (pareceu se corrigir), e o rio, a gente via o rio fechando lá na frente; afunilando lá na frente. A mais ou menos uns 2.000 (dois mil) metros, passou, veio, vinha da esquerda, do Norte pra Sul, cruzando o rio, uma luz muito forte, amarela, âmbar (que tem um tom entre o acastanhado e o amarelado), como um Sol, mas [estava] muito baixo, em cima das árvores, e cruzou o rio, na mesma posição mais ou menos onde fica a casa do vigia, onde eu tinha visto a primeira “coisa”.

Gevaerd: Da região de Vigia (cidade paraense)?

Hollanda: Do “vigia”, do vigia da olaria, dessa olaria do Keuffer… Aí, passou (luz) muito baixo, [e] iluminava o rio, aí foi filmado isso e, lá no filme aparece… tremeluzindo (brilhar com luz trêmula; cintilar); uma coisa assim (gesticulou com a mão)… Uma luz (palavra incompreensível)… Como se fosse uma… uma chama esquisita…

Gevaerd: Constante.

Hollanda: É.

Hollanda: E aparece o rastro dela, a luz dela, no rio; foi filmado isso. E foi bem filmado.

Gevaerd: Quando vocês tinham um documento desse gênero, uma filmagem espetacular como essa, isso não ia pra Brasília?

Hollanda: Ainda não.

Gevaerd: Ainda era retido no Comando Aéreo (COMAR).

Hollanda: Ficou. Depois é que Brasília solicitou isso. Eu não acredito que Brasília (alto escalão da Força Aérea) acreditava muito nessa história não.

Gevaerd: E Brasília achava que era o que?

Hollanda: Não sei.

Gevaerd: Meia dúzia de meninos birutas no meio do mato?

Hollanda: Eles não queriam se expor. Talvez [pensassem]: “A gente vai dar crédito a uma coisa dessas?”. Mas tinha colegas, deles lá… (amigos dos subordinados do Hollanda, que se perguntavam): “O que esses caras estão fazendo? Será que é verdade isso?”. Bom, isso foi onze horas (23h). A gente registrava hora, altura, direção, essas coisas todas, [porque] tinha-se que preencher o relatório. Eu disse: “— Agora mesmo é que eu não saio daqui, agora nós vamos ficar.”. Nós não tínhamos levado comida, não tínhamos levado café, não tínhamos levado nada; água, nada. Aí o Luiz se propôs a ir [até] a casa dele — um casebre na beira do rio —, pra fazer um café, e trazer alguma coisa, pão, bolacha, sei lá o que fosse, pra que a gente pudesse ficar mais a noite; bebia água, tomava um cafezinho, esses “negócios”. Aí ele (Luiz) saiu, com um barquinho, e tinha, no meio do rio, uma ilhota, não tem (tinha) mais do que 15 ou 20 metros de largura, mas [era] muito comprida, parecia um “submarino” no meio do rio, tinha vegetação… E ele veio, saiu com o barco, e desapareceu nessa ilha. Nós não vimos mais o Luiz. Ele foi remando, uma canoazinha, uma pirogazinha pequenininha… Ele saiu, com o garotinho, o menino do lado, e foi pro rio, foram remando, foram… [e] desapareceu do rio. Nós não vimos mais. Logo que ele desapareceu, não demorou muito… eu estava em pé, em cima da torre do barco, e os agentes [estavam] conversando, mas eu era o chefe e não podia estar me dando ao luxo de estar tendo essas… facilidades. Eles estavam lá à vontade, [mas] quem comandava era eu, então eu tinha que estar… arisco. [Então] Veio do meu lado esquerdo. Eu tava de frente pro fim do rio, pro começo do rio, aliás (se corrigiu), lá de onde nós viemos, da olaria. No meu lado esquerdo veio uma luz muito forte, a mesma luz amarela, muito forte. Eu vi que ela foi se aproximando e fiquei quieto. Depois que eu vi que era… muito forte, e que estava vindo, continuando vindo na direção, [e] eu chamei a atenção dos agentes. “— Olha lá!”. Os caras olharam, prepararam máquina fotográfica, filmadora e tudo. A coisa veio… mas estava baixa… estava a uns… 200, 250 metros; não tava muito alta não. Passou em cima da gente, e quando chegou perto… quando chegou perto, na margem do rio, ela apagou. Aquela luz amarela, aquela luz forte, amarela… aquele “Sol” amarelo… [que] você não via forma, só via luz, apagou, de repente. Aí, nós vimos uma forma estranha, na forma de uma “bola de futebol americano” (forma elipsoide). Aquela bola de [com] “ponta”, uma bola de futebol americano, muito grande, e como se fosse esse abajur, translúcida. Só que tinha “janelinhas” no meio; toda a extensão dela tinha janelinhas. E eu não vi ninguém atrás daquelas janelas. Mas que tinha janela, tinha [sim]. E era uma coisa muito grande, mais ou menos uns 100 (cem) metros; bem grande!… Uma bola de futebol americano, grande, passando por cima da gente, a baixa altura. E fazia um ruído estranho (o objeto). Fazia um ruído de… desses… ar-condicionado. Passou devagar em cima da gente, de propósito, devagar, bem devagar… A máquina filmadora estava acionada, e o mecanismo dela faz um ruído. E eu pedi que o agente que estava mexendo, que estava filmando, que ele parasse de filmar, porque eu queria tirar a dúvida. Eu não queria confusão desse ruído da máquina, com o ruído que eu estava ouvindo. Aí eu bati no “japonês”… falei que o cara era japonês (risos)… bati no japonês e ele parou…

Gevaerd: Um era o Flávio… e o outro era o “Japonês”?…

Hollanda: É (risos)… [Então] Ele parou e [perguntou]: “— Você está ouvindo?”. “— Estou (Hollanda).”. Era esse barulho da “catraca” (imitou o som); tinha um barulhozinho desse, esquisito (som de “catraca”), lá no meio, no meio desse barulho (imitou o som que associou a um ar-condicionado), esse… oscilante (som de “ar-condicionado”, segundo sua interpretação). Aí ele continuou… Eu falei: “— Continua!”. E ele continuou filmando, fotografando, e tudo… Essa “coisa” (objeto com forma de bola de futebol americano) passou, e foi embora. Entrou no rumo do continente, pro lado de Belém, e foi embora. Desapareceu… Foi embora. “— Aí, bom… agora, piorou… agora mesmo eu só saio daqui quando eu ver mais coisa, porque agora tá pintando que, venha, pode acontecer mais alguma coisa na frente”. Era mais ou menos onze horas, onze e meia por aí (23h/23h30min). No relatório tá a hora certa; eu… já fazem tantos anos… mas era em torno… entre onze horas e meia-noite (23h/00h). Nós começamos a conversar, a comentar: “— Pô, mas que ‘troço’ esquisito. Você viu a janelinha?”. Essa história de detalhamento (explicou). “— Pô, mais parece uma bola de futebol americano”. “— Parece.”. (Continuou a descrição) Uma hora da manhã (01h), entre uma e uma e meia (01h/01h30min) — no relatório tá preciso isso —, ela veio acompanhando… [era] a mesma luz, só que não era mais âmbar, era uma luz azul, muito forte, [e] ela veio acompanhando a lateral, a margem do rio oposta a onde nós estávamos. Ela veio acompanhando, veio acompanhando, e a gente vendo: “— Olha ali!… Olha lá!…”. E veio, e veio, e veio, e veio, e veio, e quando chegou na direção da ilha, ela (luz) entrou na direção de Belém… Mas tava muito baixo (luz)… Na altura das árvores, e passando a copa das árvores. Mas [era] uma luz muito grande; um “troço” enorme.

Gevaerd: Essa foi a situação mais complicada, o caso mais extraordinário que o senhor viu dentro do projeto da Operação Prato?

Hollanda: Foi. Ela aproximou, ela entrou pra Belém, depois ela voltou na nossa direção. A gente tava vendo que tinha uma luz, “lá embaixo” (longe). Através das árvores a gente via aquele… aquele… aquela luz tinha penetrado pela mata adentro; mas ela voltava na nossa direção. Ela veio e ficou postada na nossa frente, na outra margem do rio.

Gevaerd: Sabendo o que vocês queriam.

Hollanda: Parou na nossa frente… e depois eu fui por curiosidade, depois pra ver por questão de exatidão do relatório, eu fui medir essa distância; [era de] 70 metros. Ele parou e ficou parado na nossa frente. Aquele “monstro”, um “Sol” azul. Era um brilho muito forte, mas que você podia encarar, você podia ficar fitando, ela não te machucava a vista.

Gevaerd: Tinha janelas?

Hollanda: Não via nada, só via aquela luz, aquela luz muito forte. Muito forte, um azul extremo, mas muito alto, muito grande, um “Sol” enorme na nossa frente. Imenso, um troço inacreditável, incrível. Nós ficamos parados, olhando… “— E agora?”. Aí eu fiquei com medo. “— Pô, agora tá muito perto!”. Tava do outro lado do rio. É menos do que a distância de gol a gol no campo de futebol.

Gevaerd: Era imenso.

Hollanda: [Estava] Parado aquela coisa na nossa frente. Nós ficamos olhando; ele demorou, assim, uns… 03 (três) minutos, talvez, com essa luz, azul, e a gente olhando, e ninguém falava, e filmando, e fotografando e tal, e a gente olhava: “— Pô, e agora?”. De repente, essa luz azul apagou… rápido. E apareceu o que estava atrás dessa luz, o que estava emitindo essa luz.

Gevaerd: O objeto…

Hollanda: Era essa bola de futebol americano, que tava “em pé” (vertical), na nossa frente. Uma “bola de futebol” de 100 (cem) metros de altura; parada na nossa frente. Não vi janela nenhuma.

Gevaerd: Era um objeto diferente então.

Hollanda: Devia ser o mesmo, mas devia estar com… ou o interior apagado… alguma, sei lá, alguma coisa assim. Não dava… eu não vi janela. Eu vi aquela… bola de futebol, aquela coisa… na nossa frente. Ficou mais algum tempo, e de repente ela… ficou com medo (o grupo que observava o objeto), “— E agora?”. Todo mundo ficou com medo; “— E agora? E se esse ‘cara’ vem e carrega a gente? Como é que fica?”. Ninguém sabia o que que iria, daí pra frente, o que que iria acontecer.

Entrevista menor – Vídeo com 25min44s

14min35s

Hollanda: E mais tarde, por informação de um oficial, nós tivemos a oportunidade de chegar a uma pessoa que tinha tido um avistamento impressionante, e [ele] mostrou o lugar, e nós estivemos lá. [Foi] No rio Guajará, [que] fica nas cercanias de Belém; 30 (trinta) quilômetros mais ou menos… por aí. Trinta, ou mais, ou menos; pouca coisa. Nesse rio Guajará nós estivemos, e nós saímos da Olaria Keuffer, [que] era onde nós marcamos um encontro com esse Luiz, pra fazer essa pesquisa. Estava chovendo logo que nós chegamos, era umas sete horas da noite (19:00h); chovia… E nós estávamos… preparamos o carro e ficamos na casa do vigia; o vigia da olaria. Os agentes entraram pra tomar um café, e comer uma bolacha, alguma “coisa” lá, antes de entrar no barco pra gente ir pra missão, e eu, como chefe da missão, não podia me dar a essas mordomias, [e] eu fiquei olhando, [de] fora, vendo o ambiente, e nesse momento, sob a chuva, veio um objeto muito grande, muito grande… não te digo a forma porque chovia; não dava pra gente delimitar a forma, não tinha como delimitar, tava chovendo… mas tinha uma luz muito forte, verde, e uma luz vermelha… e fazia um barulho; [e] já não era o barulho do “ar-condicionado”, (um barulho) parecido com ar-condicionado, não tinha o barulho dessa “catraca” (em 13min26s, Hollanda descreveu o avistamento de um objeto quando esteve na Baía do Sol, onde utilizou as palavras “ar-condicionado” e “catraca” para descrever os sons emitidos pelo mesmo), era o barulho de… como se fosse uma “turbina”, não era o barulho de um jato, era aquele silvo (imitou o som); um barulho assim (do tipo). E ele “mergulhou” em cima de onde nós estávamos, na casa onde nós estávamos. Eu estava do lado de fora, os agentes do lado de dentro, tomando café. E eu estava do lado de fora, e isso mergulhou em cima da gente, em cima das árvores. Nenhum piloto faria uma coisa dessas, porque isso é morte certa; é acidente absolutamente certo. Chuva, baixa altura, de noite; [é] impossível. Um piloto nosso, com os equipamentos que nós temos, não faz isso… se fizer, bate. Daí pra frente, eu avisei aos agentes: “— Olha, acabou de acontecer um ‘troço’ aí fora.”. “— Oh, poxa, nós perdemos?”. Aí fomos pro barco… nos afastamos dessa olaria, em torno de 02 (dois) quilômetros. Paramos o barco na margem direita do rio, ficamos ancorados ali, parados com o barco. No fundo, no final do rio, aproximadamente na olaria, em torno de dez e meia (22:30h) mais ou menos, dez horas e meia, passou uma luz, baixa, uma luz amarela âmbar, muito baixa… era um “Sol”. Passou, mas, [estava] à altura das árvores. Ele passou, e nós fotografamos e filmamos. Aparecia o rastro da “luz” na água do rio… não era coruja não… porque coruja não deixa rastro em água de rio nenhum. Era um objeto que emitia uma luz muito forte, era um “Sol”, um “solzinho”, amarelo, que cruzava no sentido Norte-Sul. Ele saía da Baía do Guajará, e entrava no rumo de Belém. Foi alertado, e eu vi, [e] alertei os agentes, [que] passaram a filmar, e a fotografar. É… Decidi que não iríamos mais sair dali, que nós iríamos permanecer aquela noite ali… tava “pintando” alguma coisa promissora naquele dia. [E] Realmente, em torno de meia-noite (00h), nesse mesmo dia, nós estávamos no mesmo barco, no mesmo lugar, os agentes estavam “brincando”, conversando, se distraindo, porque… não estava acontecendo nada; até ali. Eles tinham todo o tempo de… ficar… eu não podia; eu era o chefe daquela operação. Eu tinha que estar atento, a minha responsabilidade era muito maior do que a deles, e eu estava vendo que, na minha esquerda — eu estava de fronte pra onde vinha o rio, a água do rio, onde estava a olaria, de onde nós tínhamos vindo —, na minha esquerda, estava vindo uma luz muito forte. Eu a observei, a luz, e fiquei… os agentes não estavam percebendo isso; eles estavam conversando. Aí da minha esquerda veio essa luz, muito forte, e eu chamei a atenção deles: “— Olha aí!”. Essa luz veio, veio, e veio muito forte, muito forte, era um “Sol”. Aquele que passou lá era pequenininho, [já] esse era muito grande; muito grande. Ele chegou até a borda do rio, onde nós estávamos, [e] apagou… apagou. Nesse momento, apareceu uma forma assim (demonstrou-a através de suas mãos), como se fosse aquela… aquela… bola de futebol americano, uma bola com duas pontas; bola de futebol americano. Ele passou por cima de nós, muito devagar, propositadamente devagar, e propositadamente muito baixo. Ele podia passar em todos os lugares, inadvertidamente; menos em cima de onde nós estávamos. Ele passou em cima de onde nós estávamos porque sabia que nós estávamos ali. Como [sabia], não sei. Ele passou muito devagar, era um objeto… com essa forma que eu te falei, forma de uma bola de futebol americano. Tinha uma luz âmbar. A luz brilhante, aquela coisa enorme, aquele “Sol”, morreu, acabou. Quando ele chegou, apagou, [e] ficou essa luz brilhante; e o objeto era translúcido, e muito grande… ele tinha cerca de 100 (cem) metros de altura, de… de… comprimento (se corrigiu). E tinha janelas; tinha janelas no meio. Janelas, as janelas, da altura que estava, eu não vi se tinha alguém nas janelas, eu não vi forma nenhuma, mas que tinha luz, como… de janela, tinha [sim]. Ele passou por cima de nós, bem devagar, com tempo de filmar, com tempo de fotografar, com bastante tempo até de… observar e ficar com bastante medo. Ninguém diga que não tem medo numa situação dessas, porque fica muito preocupado: “O que que vem depois? (tipo de pensamento que surge em situações que denotam perigo)”. “Não sei…”. Ela passou… e foi; desapareceu. Esse fazia um barulho… eu pedi que o operador que estava com a filmadora, que ele parasse de acionar o gatilho da filmadora, pra que eu ouvisse o barulho, se realmente era da filmadora, ou se era do objeto. Era do objeto, a filmadora silenciou, e tinha o barulho, esse barulho (simulou o som), e… um barulhozinho de “catraca”. Esse barulho é intrigante, esse da “catraca”. Eu não sei por que [fazia] o barulho de uma “catraca”, aquele pedal de se movimentar ao contrário (gesticulou para exemplificar). Ele passou, e todos nós ouvimos. “— Vocês estão ouvindo? (Hollanda)”. “— Estamos sim, senhor (restante do grupo)”. “— Tá vendo janela?”. “— Tô sim, senhor.”. Então, não sou eu que to vendo sozinho (concluiu). Passou, [e] foi. Nós resolvemos ficar; agora eu queria… agora eu iria até de manhã; e ficamos. A umas… uma hora e meia da manhã (01:30h), umas duas horas (02:00h), mais ou menos, de novo, outro aparecimento. Aí já veio acompanhando a margem oposta do rio, “da” onde nós estávamos. Ele veio da direção da olaria, até onde nós estávamos. [Quando] Chegou, tinha uma ilha perto, próxima de nós… e quando chegou junto da altura (posição) da ilha, era uma luz muito forte, mas já não era âmbar, era azul, um azul bonito, muito forte, era um “Sol” azul, muito bonito. Ele veio, chegou perto da ilha, na altura da ilha, e ele entrou (no?) lado de Belém. E a gente via aquela luz, enorme, por trás das árvores. Ele tava muito baixo, tava da altura das árvores. E a gente via que ele tava caminhando, fazendo uma curva, como se tivesse fazendo uma curva. Ele veio, realmente, [e] parou na nossa frente. E nós ficamos olhando, um “Sol” imenso, enorme, na nossa frente, azul, [com] uma luminosidade que não afetava a vista da gente, a gente podia encarar, podia ficar olhando; não feria a vista. Vimos aquela luz, ficou… aquilo na nossa frente, aquele azul bonito, aquela coisa enorme, e não se via, não se sabia o que que tinha dentro; só [se] via luz. É… Muito grande. Logo depois de uns 03 (três) minutos, ela apagou. De repente a luz azul, acabou. E ficou, na nossa frente, uma coisa assustadora, um objeto muito grande. Era aquela bola de futebol americano que nós vimos passar na horizontal, mas tava em pé (vertical), na frente da gente, a uns 70 (setenta) metros; muito perto, muito perto. E pro tamanho (que possuía), a gente tinha que olhar pra cima (para visualizar toda a sua extensão), de baixo pra cima, olhar… era uma “coisa” imensa. Uma bola de futebol (americano), em pé, na nossa frente… parou (objeto), ficou [por] mais uns 03 (três) ou 05 (cinco) minutos, e realmente a gente ficou preocupado. Daí pra frente (pensou): “O que vai acontecer? O que vai acontecer comigo, e com o meu pessoal?”. “Não sei…”. Realmente não aconteceu nada, felizmente não aconteceu nada, e logo em seguida, esse objeto começou a se deslocar para cima, sem ruído. Não era… quando se comparado, não ouvia ruído nenhum, nem o zumbido (“ar-condicionado”) nem a “catraca”, [e] ele subiu, e tinha uma luz verde, embaixo, e vermelha, em cima, [e] aquilo piscando, e ele subindo devagar. Foi subindo,  subindo, mas… aquele monstro, subindo, subindo, e foi subindo… e devagar. Quando ele estava a aproximadamente 1.000 (mil), 1.500 (mil e quinhentos) metros de altura — a gente pode avaliar isso porque o pessoal da Aeronáutica, o militar normalmente tem noção de distância, por problema de tiro, por problema de ações militares, que (nas quais) a avaliação de distância é importante —, então, ele tava a mais ou menos a 1.500 (mil e quinhentos) metros de altura, quando ele deve ter acionado realmente alguma propulsão, que não devia ser acionada próximo de nós, porque nos “danificaria”. Então, havia alguma pessoa, alguma inteligência ali dentro, que comandou isso de forma que não nos causasse nenhum dano. Ela… realmente… essa nave deu uma explosão como se fosse de um trovão, uma explosão muito forte, e um clarão, e disparou com uma velocidade incrível, pro firmamento, e sumiu, no meio das estrelas. É… isso aí eu não posso te dizer que fosse coruja nem qualquer outra suposição de engano. É… nós vimos um corpo, muito grande, luminoso, várias vezes, e essa decolagem dele foi impressionante.

VIII – A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO NA ENTREVISTA DO CEL UYRANGÊ HOLLANDA PARA BOB PRATT EM 1997

Em agosto de 1997, em uma de suas viagens ao Brasil, o jornalista e ufólogo Bob Pratt esteve com o Cel Hollanda em sua casa em Cabo Frio (curiosamente, na mesma época em que Hollanda concedeu sua histórica entrevista a Revista UFO) e deu a ele uma última entrevista. Essa entrevista foi publicada no Jornal da MUFON nº 372 de abril de 1999.

A equipe do site www.operacaoprato.com fez uma tradução livre em parte dessa publicação (página 6) (ver páginal original aqui), que dizia respeito ao evento em questão.

De volta ao local

Hollanda convenceu um relutante Luiz a levá-lo, junto com quatro sargentos, ao local onde isso aconteceu.

Hollanda: “Por volta de 23h30min, nós vimos uma grande bola de fogo, amarelo escuro, a cerca de dois quilômetros abaixo no rio Guajará”.

Hollanda: “Nós tiramos algumas fotos dela. Então, por volta de 23h45min, nós vimos a mesma bola de fogo novamente, mas desta vez era menor e seguia numa velocidade mais lenta. Agora ela estava a apenas 1000 (mil) metros de nós no lado direito do rio e, talvez numa altura de 200 (duzentos) metros.

Hollanda: “À meia-noite, uma grande bola de fogo passou diretamente sobre nós, atravessando o rio. Quando chegou ao outro lado, sua luz apagou e nós vimos um  objeto em forma de disco com cerca do dobro do tamanho de um Boeing 737, muito, muito grande. Era de cor âmbar com muitas janelas brancas brilhantes. Quando ela passou sobre nós, nós ouvimos um pequeno ruído, como de uma turbina, mas baixo. Ela atravessou o rio e desapareceu. Nós também fotografamos esse objeto”.

Hollanda: “Então, por volta de duas horas da madrugada, nós a vimos novamente. Desta vez, ela estava descendo o lado direito do rio. Ele fez um looping (tipo de manobra), virou de volta para nós e parou por durante um minuto, sobre a margem oposta. Parecia como se o Sol tivesse parado a cerca de 70 (setenta) metros de distância e a uma altura que ficava entre seis a oito metros. Era uma bola de luz azulada, muito, muito grande”.

Fotos mostram forma

Hollanda: “Nós estávamos tirando fotos o tempo todo. Então o objeto foi para o céu muito rápido e interrompeu sua luz. Quando ele fez isso, nós não podíamos ver a forma, mas havia uma luz verde na parte de cima e uma luz vermelha na parte de baixo. Nós não podíamos ver a forma, mas quando as fotografias foram reveladas, nós pudemos ver um grande objeto em forma de disco que se apresentava verticalmente, ao invés de horizontalmente”.

IX – A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO DO CAP UYRANGÊ HOLLANDA NOS RELATÓRIOS MILITARES

As entrevistas do coronel Hollanda em 1997, além de revelar publicamente o envolvimento da FAB na investigação dos OVNIs durante a onda chupa-chupa e detalhes antes desconhecidos da operação, teve seu ponto alto, pelo menos no sentido de dar grande visibilidade e plausibilidade a versão extraterrestre, quando da revelação dos eventos OVNI nas margens do rio Guajará no município de Ananindeua, ocorridos próximos a Olaria Keuffer.

Os relatos dos eventos daquela madrugada, quando comparados com os demais registros oficiais liberados em 2009 pela FAB ao Arquivo Nacional, constantes do documento Registros de Observações de OVNI (ROV), são os mais característicos da presença de uma tecnologia aérea exótica naqueles dias e por isso mesmo esses relatos foram tratados na categoria de extraterrestres pela imensa maioria dos ufólogos e pesquisadores.

Falamos da famosa nave no formato de uma bola de futebol americano e suas manobras aéreas incomuns. Por essa contundente importância e sendo realizada no contexto de uma investigação militar sancionada e registrada, é inconcebível que esses eventos não estejam dentro do principal documento resumo da operação, onde foram compilados cento e trinta eventos classificados como OVNI, sendo enviado posteriormente em 1979 ao Estado Maior da Aeronáutica em Brasília sob o título Registros de Observações de OVNI, sem dúvida, o mais importante documento sobre o assunto já elaborado por qualquer uma das Armas.

E eles estão lá. Muitos poderão questionar. É compreensível, nem todos os interessados talvez tenham lido completamente o documento ou estudado com atenção os registros que creditamos a esses eventos. Outros, por tomarem os relatos tardios como memórias fiéis aos acontecimentos podem duvidar da afirmação. Afinal, onde está a bola de futebol americano? Compreensível, testemunhos são centrais na casuística e historicamente estão incorporados na metodologia ufológica. O próprio astrônomo e renomado ufólogo J. Allen Hynek, em seu livro de 1972, The UFO Experience: A scientific enquiry, defendia o uso de relatos, sob severas condições, como evidências científicas.

Há um registro no ROV da FAB que nos encaminha para outros três registros que acreditamos descrever os eventos daquele dia, quando surgiu a tão propalada “bola de futebol americano”. Essa biruta virtual está no registro no17 de 02 de novembro de 1977, já descrito em tópico anterior, que trata da observação de um suposto humanoide por  Luiz no rio Guajará, nas imediações da Olaria Keuffer.

Local e hora

Sabemos que dentro dos cento e trinta registros do ROV catalogados entre 1977 e 1978, oitenta e dois são de 1977 e, dentre eles, apenas outros quatro registros exibem localização semelhante ao registro no17. São os seguintes registros:

  • no 63 de 09/12/77 às 23h50min.
  • no65 de 10/12/17 às 00h50min.
  • no66 de 10/12/77 às 01h50min.
  • no74 de 14/12/77 às 22h45min.

Desse pequeno grupo podemos agrupar as três primeiras como três observações em uma mesma campana, como a realizada por Hollanda e militares no rio Guajará. E há uma correlação razoável entre os três horários, mas não só isso, com os horários das também três observações da bola de futebol americano descritas por Hollanda em sua entrevista. Veja abaixo:

  • no63 às 23h50min; Hollanda (entrevista em vídeo) 23h.
  • no65 às 00h50min; Hollanda (entrevista em vídeo) entre 23h e 00h.
  • no66 às 01h50min; Hollanda (entrevista em vídeo) entre 01h e 01h30min.

Estabelecemos uma correlação razoável entre os horários das observações da equipe do A2 do I COMAR durante os eventos 63, 65 e 66 do ROV e as observações da equipe de Hollanda no rio Guajará. Agora, precisamos estabelecer que foram todas no mesmo local.

O registro no17 estabelece o local do evento com o humanoide relatado por Luiz, ocorrido em 02 de novembro de 1977 e, esse também é o local da campana da equipe comandada por Hollanda na observação da bola de futebol americano, relatada na entrevista do coronel. Isso é fato estabelecido na comunidade de pesquisadores e interessados:

“Rio Guajará (Olaria KEUFFER) – Benfica/Pa”.

Os registros 63, 65 e 66 estabelecem esse local:

“Rio Guajará – Município de Ananindeua/Pa”.

Vamos requalificar os termos usados. Benfica é um distrito que até o ano de 1961 pertencia a Ananindeua, sendo que a partir daquele ano passou a ser distrito de Benevides. O rio Guajará e a Olaria Keuffer ficam em Ananindeua. Outra referência importante está em uma das fotos que acompanham o registro 65 de 10 de dezembro de 1977 às 00h50min:

“1-0-77/91 – RIO GUAJARÁ (OLARIA)”.

Portanto, é bem razoável aceitarmos que ao ser catalogado o registro 17, houve uma confusão geográfica e se localizou a Olaria Keuffer em Benfica, antigo distrito de Ananindeua, e não o próprio município de Ananindeua.

Então podemos ler como se os quatro registros, o de Luiz e os outros três, tivessem o mesmo local assim denominados:

“Rio Guajará (OLARIA KEUFFER) – Distrito de Benfica/Município de Ananindeua/PA”.

O outro registro de 1977, número 74 de 14 de dezembro de 1977 às 22h45min, está descolado do contexto da bola de futebol americano.

Tamanho aparente

Uma das características registradas em cada observação no ROV era o tamanho aparente do objeto, que nada mais é que uma percepção de tamanho relativo de um objeto em relação a uma dada distância. Nós temos o tamanho aparente dos objetos nos registros 63, 65 e 66.

Normalmente, determina-se o tamanho aparente esticando-se o braço e usando a própria mão ou uma régua para uma medição, em graus ou centímetros, respectivamente. Para termos uma ideia da dimensão dos objetos façamos um exercício. Se um avião está se aproximando de uma CTR (Controle de Área) para o pouso em aeroporto ele está em nível de voo bem mais baixo. Por exemplo, para o aeroporto do Galeão esse nível de aproximação até o pouso está entre o solo e 2.500 pés ou cerca de 760 metros. Se você se posicionar de modo que a aeronave passe sobre sua cabeça a uns, digamos, 500 metros de altura, você poderá esticar o braço e com o polegar encobrirá toda a aeronave. Vamos dizer que seu polegar tenha uns 2 cm. Vamos dar uma olhada no registro 66. Ele diz que a situação era a seguinte: objeto a 100 m de altura e 500 m de distância. Aplicando o Teorema de Pitágoras teremos que a distância em visada até o objeto era de 509 m, para um tamanho aparente de 30 cm. Ele era grande, muito grande:

Para o registro 63, temos a observação de menor altitude (50 m) e menor distância (300 m) naquela noite para o objeto, portanto menos sujeita a erros de medição, bem como o tamanho aparente de 15 cm que resulta numa dimensão angular (θ) de 15 graus aproximadamente e coincidentemente (leia aqui), portanto mais favorável para o tipo de cálculo que utilizaremos. Empregando a trigonometria e desconsiderando-se outras questões, como esse cálculo ser bom para ângulos inferiores a 10º, temos que o diâmetro será dado pela expressão (leia aqui):

θ = (diâmetro/Distância)*(360/2π).

Calculemos:

θ = (diâmetro/Distância)*(360/2π).

15 = (diâmetro/304)*(360/2*3,1416) = diâmetro do objeto = 79,58 metros

Efetuadas essas contas temos um objeto medindo aproximadamente 79 metros de diâmetro.

Essa é uma ordem de grandeza, não considerem um cálculo exato, mas mostra que é coerente com os testemunhos de Hollanda para Bob Pratt (1981), Gevaerd e Petit (1997).

A filmadora

Na entrevista de Hollanda ele cita expressamente filmagens. No registro 65 temos uma coletânea de imagens, lado a lado, tanto das imagens fotográficas da câmera Minolta SRT 101 quanto dos frames da filmadora Canon 514. Cabe ressaltar que o obturador da máquina Minolta de velocidade 1/30 segundos (milissegundos), ao expor o filme a um tempo curto de luz ambiente, prejudica os detalhes, mas evita o efeito de longa exposição, que poderia borrar de pontos de luz a foto, estando o objeto em movimento. Portanto, o formato de bastonete ou cilindro das fotos não são efeitos de longa exposição.

As cores

Vale a pena estabelecer uma correlação de cores entre os registros 63, 65 e 66 e as observações de Hollanda.

Visão global

Acreditamos na forte correlação que se estabelece entre os registros 63, 65 e 66 e as três observações relatadas por Hollanda quando são integradas as várias visões específicas em um único conjunto de dados: datas e horários, localização, tamanho do objeto, registros de imagens e cores. Como se diz comumente, assim o todo se torna maior que a soma das partes. Abaixo, reproduções dos registros.

Mas, e a bola? E a distância?

Vislumbramos três possibilidades.

Seria esperado que nas imagens dos registros 63, 65 e 66 encontrássemos a forma da bola de futebol americano. O ROV não traz nenhuma foto para o 63. O 65, apesar de várias fotos e frames da filmadora, não mostra a bola. Quanto ao 66, temos uma confusão armada.

O registro 65 informa que estão anexadas nove fotografias. Na verdade, temos seis fotografias anexadas e uma composição de todas elas, que se pode ver no lado esquerdo da imagem abaixo, identificadas como fotos da máquina Minolta. Ao mesmo tempo, do lado direito da imagem, podemos ver uma composição anexada ao registro com cinco frames da filmadora Canon, além da composição da Minolta.

O relatório informa que o registro 66 possuí quatro fotografias, mas o que temos são os mesmos frames da filmadora que estão dispostos acima, ampliados, excluído o de número 1.

Então, existe a possibilidade das fotografias que mostram nitidamente uma bola de futebol americano estarem no conjunto de três fotos não anexadas das nove que o registro 65 informa, ou, nas quatro fotografias não anexadas e informadas no registro 66 e não divulgadas até hoje. Simplesmente não sabemos. Essa é a primeira possibilidade.

Outra possibilidade pressupõe um erro. Para quem estudou a fundo toda a documentação da OP, oficial e vazada, sabe que há muitas inconsistências entre registros do ROV e do vazado Resumo Sintético Cronológico, bem como desses com os vazados relatórios de missão e informes. Para o que interessa nesse caso, o ROV dentro de seu corpo apresenta problemas. A indexação das fotos apresenta uma quebra. Até o registro 41, todas as fotos são numeradas e os algarismos finais se referem ao número do registro, por exemplo:

“2-0-77/41”: segunda fotografia do registro 41.

O próximo registro com fotos anexadas é o 62 e a indexação muda dali por diante:

“1-0-77/88”: primeira fotografia do registro 62.

Também é quebrado o modo sequencial; se passa direto da indexação 94 para 97, nos registros 67 e 68, respectivamente.

Na folha 73 do ROV com fotos anexadas do registro 65, que nomeamos como dos eventos daquela noite, está datilografado no meio da folha, meio que “boiando” na página, a seguinte informação: “ANEXO 01 DO REG N0 31”.

E finalmente, o mais delicado. Na folha 68, com uma única foto anexada e nomeada como do registro 64, registro esse que informa ter sido batida na Baía do Sol, na indexação é descrito o local em outro ponto, exatamente o local das observações da equipe de Hollanda:

“1-0-77/89 – RIO GUAJARÁ/PA (…)”.

Observem que está entre os registros 63 e 65, dois dos registros que acreditamos ser daquela noite. Podemos, agora sim, observar na imagem abaixo uma forma de bola de futebol americano.

E não para aí. Na folha 66, com uma única foto anexada e nomeada como do registro 62 e que informa ter sido batida na Baía do Sol, mas dessa vez com o local correspondendo com o informado na indexação da foto, temos uma imagem impressionante. O registro 62 ocorre no mesmo dia e horário do registro 63, durante uma vigília do sargento Flávio Costa e Ubiratan Pinon Frias na Baía do Sol. Mesmo dia e horário. E a imagem é uma perfeita bola de futebol americano. É muita coincidência. Vejam a reprodução abaixo:

Uma questão, antes que leve a um mal-entendido. Não estamos dizendo que era o mesmo objeto observado pelas duas equipes. Na figura abaixo, com uma simulação da observação das duas equipes, conforme dados dos registros, podemos perceber que não havia a possibilidade de ser o mesmo objeto.

Então, existe a possibilidade das fotografias das folhas 66 e 68, por erro, até grosseiro, mas possível, se referirem aos eventos descritos nos registros 63, 65 ou 66 e, representarem a famosa bola de futebol americano.

A terceira possibilidade que justificaria a discrepância entre os registros oficiais e as informações da entrevista do Cel Hollanda envolve a memória e os aspectos psicológicos inerentes ao ser humano.

Muito se pode dizer sobre a memória, mas vamos optar pela simplicidade, reproduzindo um pequeno trecho da matéria “Falibilidade da memória demonstrada em estudo científico” do jornal português Diário de Notícias, sobre estudo publicado no The Journal of Neuroscience de 05 de fevereiro de 2014, intitulado Hippocampal Binding of Novel Information with Dominant Memory Traces Can Support Both Memory Stability and Change”.

“O registro das nossas memórias sofre constantes alterações com a introdução de novos dados e fragmentos de fatos da nossa vivência ao longo do tempo. Ou seja, a memória dos seres humanos vai reescrevendo o passado com informações correntes, atualizando as recordações com as novas experiências de cada indivíduo. (…) De acordo com esta responsável, para conseguirmos sobreviver, as nossas memórias adaptam-se a um ambiente em constante mudança, de modo a ajudar-nos a lidar com aquilo que é importante agora, no momento presente. ‘A nossa memória não é como uma câmera de vídeo’, explica. Ela ‘cria novos enquadramentos e edita os acontecimentos para criar uma história que se adeque à situação corrente’.”

Além da memória, outros fatores subjetivos também podem influenciar o relato verbal de um indivíduo surtindo efeito direto sobre o produto final de sua fala, entre os quais podemos mencionar o tipo de público ouvinte e a necessidade do falante de expressar e dar enfoque sobre as coisas que ele acha relevante no seu discurso.

O avistamento do objeto em forma de “bola de futebol americano” aparentemente foi o de maior aproximação e mais impactante para Hollanda, segundo ele próprio. No entanto, as fotos e possíveis vídeos produzidos na época podem não ter afetado os superiores da mesma forma que afetaram Hollanda, conforme observamos na entrevista do Cel Camillo Ferraz onde o mesmo afirmou de que não lembrava da ocorrência deste evento, sendo necessário um relato verbal mais bem detalhado. Com o passar dos anos, os detalhes mais impactantes descritos por Hollanda podem ter recebido ênfases demasiadas, se tornando então incrementos que não existiam no relato inicial registrado em forma relatório oficial. Esses incrementos podem não ser necessariamente invenções, apenas funcionaram como uma lupa sobre determinados trechos dos acontecimentos reais, tornando o relato de 1997 suficientemente diferente ao ponto de não corresponder com os relatos descritos em relatórios oficiais produzidos em 1977.

X – A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO DO CAP UYRANGÊ HOLLANDA NA ENTREVISTA DO CEL CAMILLO FERRAZ DE BARROS EM 2018

Na histórica entrevista do Chefe do A2 a época da realização da Operação Prato, Cel Camillo Ferraz de Barros, concedida de forma inédita à equipe do site www.operacaoprato.com, foram realizadas algumas perguntas relativas ao evento da bola de futebol americano narrado pelo Cel Hollanda.

OP: E quanto ao objeto brilhante que tinha o tamanho de um prédio de 30 andares e a forma de uma bola de futebol americano?

Camillo: Realmente não me lembro desse acontecimento. O que me lembro é dessa situação envolvendo o rapaz da olaria, que me procurou falando que viu uma luz estranha. Entretanto, realmente não me recordo de que tenha ocorrido esse evento posterior, envolvendo esse objeto gigantesco, com essas características. Acredito que não tenha ocorrido, mas se ocorreu, certamente estará nos relatórios e eles irão me corrigir.

OP: O senhor já assistiu aos vídeos das entrevistas do Coronel Hollanda, onde ele forneceu informações sobre a Operação Prato?

Camillo: Vi uma parte dessas entrevistas, mas jamais me interessei em ver elas por completo. Não possuo esse interesse.

OP: E em relação as partes que o senhor viu, qual é sua avaliação.

Camillo: Sobre as partes que eu vi, tenho a impressão de que houve um certo exagero em algumas das declarações dele. Mas não tenho interesse em ficar analisando as palavras dele.

XI – A BOLA DE FUTEBOL AMERICANO DO CAP UYRANGÊ HOLLANDA NA ENTREVISTA DO SO MOACIR NEVES DE ALMEIDA EM 2018

Na entrevista do SO Almeida, um dos militares participantes da Operação Prato, concedida de forma inédita à equipe do site www.operacaoprato.com, foram realizadas algumas perguntas relativas ao evento da bola de futebol americano narrado pelo Cel Hollanda.

OP: Nas proximidades dessa olaria, na qual trabalhava esse jovem, foi relatado um evento em que uma equipe militar estava fazendo uma vigília num rio, e foi possível observar um objeto de cerca de 100 (cem) metros de comprimento, que se posicionou na margem oposta do rio Guajará, na posição vertical, e que depois de um tempo ascendeu ao espaço. O senhor teve conhecimento desse fato?

Almeida: Também não. Não tive conhecimento, nem presenciei.

XII – OUTRAS POSSIBILIDADES

Inicialmente, queremos deixar claro que neste tópico, não é nosso objetivo oferecer uma explicação terrestre alternativa para o avistamento descrito pelo Cel Hollanda. No entanto, é nossa intenção mostrar aos leitores que, na época dos fatos, uma aeronave em forma de bola de futebol americano com 100 m de comprimento e que se movimentaria silenciosamente pelos céus, não era um privilégio de uma tecnologia exótica extraterrestre.

O interesse secreto dos militares com aeronaves silenciosas carregadas de sensores começou há muito tempo durante a tumultuada guerra do Vietnã. A DARPA, a agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (então denominada ARPA) patrocinou vários estudos de design junto com o laboratório de pesquisa da Força Aérea de Cambridge.

Em 1964, um projeto de dirigível secreto chamado “Silent Joe” foi projetado para operações remotas na trilha Ho Chi Minh, usando sensores infravermelhos e acústicos, com o objetivo de atacar comboios de caminhões. Foi seguido rapidamente por Silent Joe II, POBAL, HASKV e, em seguida, em 1974 pelo POBAL-S, que foi projetado para observar alvos abaixo de uma altitude de 70.000 pés, por sete dias.

Na primavera de 1974, a Divisão TEW de Guerra Eletrônica Tática e o Centro Naval de Armas de Superfície NSWC em White Oak iniciaram o programa HASPA sob o patrocínio da NAVELEX, em um esforço para atender a vários requisitos operacionais gerais da Marinha, entre eles: Vigilância submarina; Comando e controle; Guerra eletrônica; Navegação eletrônica; Vigilância oceânica; Reconhecimento e Inteligência.

Era um programa de desenvolvimento para demonstrar a viabilidade de operar um balão movido a hélice solar, pilotado remotamente, não tripulado, a alta altitude, em uma área geográfica relativamente pequena por longos períodos de tempo. Tinha um volume de 22.700 m³; comprimento 101,5 m e diâmetro de 20,4 m.

As figuras abaixo mostram o primeiro HASPA em setembro de 1975 durante testes de inflação dentro do Vertical Assembly Building VAB da NASA, no Centro Espacial Kennedy.

Conforme publicação na “1975 Review – Naval Research Laboratory”, quatro veículos HASPA seriam pilotados neste programa de demonstração de viabilidade que duraria três anos, com o voo final programado para a primavera de 1978 para demonstrar que esse veículo poderia manter-se a 50 milhas náuticas de um determinado ponto, por um período de 30 dias.

XIII – EXPLICANDO UM MITO – A EQUIPE MILITAR NÃO ESTEVE EM CONTATO COM UM SER HUMANOIDE DURANTE A MISSÃO

Não é raro encontrarmos em materiais espalhados pela internet, afirmações de que durante a observação do objeto em forma de bola de futebol americano com 100 m no seu eixo maior relatada pelo Cel Hollanda em suas entrevistas de 1997, já tratadas nos tópicos anteriores, que, deste objeto, localizado na margem oposta do rio Guajará, a 70 m de distância da equipe militar, abriu-se na parte superior, uma espécie de escotilha ou porta e dela saiu flutuando um ser que não trocou nenhuma palavra com os membros da equipe, mas apenas observou o grupo por um tempo e depois regressou para a nave antes dela partir.

Tratar-se-ia de algo realmente fantástico, mas que, infelizmente, nas próprias palavras do Cel Hollanda, jamais aconteceu.

Observemos abaixo, o trecho transcrito da entrevista maior:

Entre 01h21min03s e 01h22min40s

Gevaerd: Coronel, essa experiência que o senhor pôde descrever, teve alguma influência, alguma alteração na sua vida?… Na sua forma de pensar o mundo?… Isso já foi no finalzinho da Operação Prato?

Hollanda: Da Aeronáutica, foi. Até onde a Aeronáutica mandou interromper logo depois… logo… não demorou muito… logo depois ela foi interrompida. Esse relato foi passado ao meu comandante, e… foi dito como foi a “coisa”… depois o filme foi revelado, e foi visto, no auditório… auditório do QG (Quartel General)… Vários oficiais viram… Nós tiramos…

Gevaerd: Qual foi a opinião deles?

Hollanda: Não tinha dúvida[s]. Uma coisa interessante é que nós tiramos de step-by-step do filme, passado devagarzinho, [e] essa forma em pé (“bola de futebol americano”)… isso nós não tínhamos visto, não deu pra ver, nós não tivemos noção disso, nós só viemos a ver depois… da impressão na emulsão fotográfica. Essa “coisa” (bola de futebol americano) tinha no alto, no topo, uma porta… uma porta de avião (exemplo), um Boeing (porta), uma porta aberta… não vi “ser” nenhum dentro. Na fotografia não aparece “ser” nenhum dentro, mas aparece um facho (feixe) de luz na nossa direção, do barco onde nós estávamos. Dessa porta, “alguém” focando alguma coisa na nossa direção. Mas isso a gente não viu… Eu não sei se na ocasião em que estava com essa luminosidade azul muito forte, que a gente não via que tinha uma forma dentro… Só via aquela bola azul enorme.”

Acreditamos que essa versão da presença de um ser próximo à equipe militar teve como origem, a mistura e confusão criadas com o evento prévio vivido por Luiz Pereira Rodrigues, já fartamente tratado neste artigo nos tópicos anteriores.

XIV –  FOTOS DOS LOCAIS: OLARIA KEUFFER / ILHA “SUBMARINO” CITADA PELO  CEL UYRANGÊ HOLLANDA

1 – OLARIA KEUFFER E PROXIMIDADES

Ruínas da Olaria Keuffer
Ruínas da Olaria Keuffer
Ruínas da Olaria Keuffer
Ruínas da Olaria Keuffer
Chaminé da Olaria Keuffer
Afluente do rio Icuí-Guajará – fundos da olaria
Afluente do rio Icuí-Guajará – fundos da olaria
Afluente do rio Icuí-Guajará – fundos da olaria
Afluente do rio Icuí-Guajará – fundos da olaria

2 – ILHA “SUBMARINO” CITADA PELO  CEL UYRANGÊ HOLLANDA COMO LOCAL APROXIMADO DO AVISTAMENTO DA BOLA DE FUTEBOL AMERICANO

Localização da ilha “submarino” – Google Maps
Ilha “submarino” localizada no rio Icuí-Guajará. Citada por Hollanda em sua entrevista como local aproximado da observação do objeto em forma de bola de futebol americano.
Distância (em linha reta) entre a Olaria Keuffer e a “ilha submarino”- Google Maps

XV – CONCLUSÃO

Há mais de 70 anos o fenômeno ufológico tem sido motivo de debates intensos entre céticos e aqueles que acreditam que somos visitados por entidades extraterrestres e suas naves.

Durante esse período, diversos argumentos foram apresentados por ambas as correntes, na tentativa de enquadrar os fenômenos observados a suas respectivas convicções.

Especificamente sobre nosso objeto de estudo, os fenômenos luminosos e supostos ataques às populações ribeirinhas, especialmente no Maranhão e Pará, que desencadearam a realização de uma operação militar denominada Operação Prato em 1977, não foi diferente.

Após mais de 40 anos do auge das ocorrências, podemos afirmar, com relativa segurança, que houve aqui um fenômeno real, físico, de formas luminosas realizando manobras aéreas complexas e interagindo com a população. Foi histórico-documentado. 

Diante deste quadro, podemos afastar algumas hipóteses propostas, como por exemplo: histeria coletiva e fenômenos naturais. Restariam ainda algumas possibilidades.

O caminho correto, primeiramente é dar vazão a uma hipótese de operação militar estrangeira. Se interna, a Aeronáutica saberia.

Outra possibilidade seria a presença de naves avançadas, desconhecidas, provenientes de outra civilização, em missão também desconhecida.

É imperioso afirmar que, no caso dos fenômenos investigados pela Operação Prato, a hipótese extraterrestre teve como uma de suas molas propulsoras principais o depoimento do Cel Uyrangê Hollanda em 1997 e que dentro de sua narrativa, os dois casos tratados neste artigo são aqueles que consubstanciariam tal hipótese.

Entretanto, se analisarmos de forma isenta e atenciosa ao conjunto de dados de que dispomos hoje, incluídas as declarações de novas testemunhas que apresentamos neste e em trabalhos anteriores, é nosso dever conduzir o caso para o ponto que entendemos mereça estar: o da incerteza quanto a origem dos autores dos fenômenos.

No caso do humanoide de Luiz Pereira Rodrigues, não duvidamos de que ele tenha sido vítima de um evento traumático de origem desconhecida. Entretanto, não há como negarmos que as testemunhas civis apresentadas neste artigo lançaram nova luz aos fatos, trazendo componentes muito mais próximos da realidade terrestre, embora ainda muito longe de poderem se tornar definitivos, do que aqueles que eram apresentados.

Já o caso da bola de futebol americano ganha contornos ainda mais delicados por duas razões: a ausência de um relatório militar específico para um evento de tamanha magnitude e a declaração do Cel Camillo Ferraz de Barros, chefe da Inteligência (A2) do I Comar e superior imediato de Hollanda, de que ele não tomou conhecimento da ocorrência deste acontecimento ímpar vivenciado por sua equipe.

Contudo, é óbvio que existe a possibilidade real de que tal relatório exista e não tenha sido liberado até hoje ao público ou mesmo que as filmagens, também não liberadas, um dia comprovem de forma integral todas as afirmações do Cel Hollanda. Da mesma forma que, em se tratando de um segredo militar, existe a possibilidade do Cel Camillo nos ter negado de que tivera conhecimento deste evento.

“Afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias” dirão os céticos, citando a frase de Carl Sagan.  “A ausência de evidência não significa evidência da ausência” responderão aqueles que defendem a hipótese extraterrestre citando o mesmo autor.

São conjecturas que merecem a prudência e a sabedoria do tempo.

Operação militar de uma potência estrangeira ou obra de extraterrestres?

Efetivamente, não há como respondermos a esta questão de forma segura sem entrarmos no campo da crença ou das convicções pessoais.

Resta-nos prosseguir investigando e aguardando que novas testemunhas e, principalmente, novos documentos sejam apresentados à sociedade, de forma que possamos decifrar a origem dos autores destes fantásticos acontecimentos que se tornaram o maior evento ufológico de todo o mundo.

Autores do artigo: Luiz Fernando, P.A. Ferreira, Raphael Pinho, Hélio A. R. Aniceto e M.A. Farias.

7 Comentários

  1. Interessante que os estados unidos nem a russia usaram esse tipo de tecnologia nas guerras que seguiram ou para benefício próprio passados 40 anos, fazendo crer que foi algo fora dessa dimensão.

  2. Apesar de tratar de relatos impressionantes, os autores se preocuparam em manter a imparcialidade e parcimõnia típicas de verdadeiros cientistas. Muita gente (incluive a revista UFO) omite, distorce e usa de estratágias sensacionalistas para vender revistas e outras coisas do gênero. Não parece o caso de vocês. Parabéns. Aguardo novas postagens.

  3. Excelente matéria, parabéns aos envolvidos, sempre busquei pelos depoimentos do Cel.Holanda descobrir onde foi o local do avistamento da nave “bola de futebol americano” nas imagens de satélite, me sinto grato a equipe do site que apresentou com dados irrefutáveis as informações a respeito do caso, com toda certeza o maior evento ufológico do planeta, um dia teremos um filme incrível sobre esse caso.

  4. Obrigado por comentar, Renato.
    Os registros 62 e 64 referem-se, a princípio, a outro evento ocorrido em um local chamado “Baia do Sol”, acompanhado por outra equipe militar (chefiada pelo Sgt Flávio Costa). Entretanto, no artigo é citada uma possível confusão nestes registros e seus anexos.

  5. Como é de se esperar o site sempre trás grandes matérias,com conteúdos exclusivos e fácil acessos a todos, com finalidades de pesquisa e não lucrativas.
    uma informação foi esquecida pelo site e precisa ser repassada aqui.
    o Local da antiga olaria,hoje e local circulação de criminosos.e muito perigoso trafegar por aquela região.é preciso cautela,portando cuidado, caso alguém pretenda conhecer o local, tome conhecimento desta informação.

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